Novo RTM: primeira ‘bomba legal’ da Wayne já está em operação

O MODELO HELIX 5000 DA WAYNE, QUE ATENDE AOS REQUISITOS DO NOVO RTM, COMEÇOU A OPERAR NO DIA 4 DE MAIO

A bomba Helix 5000 da Wayne (empresa do grupo Dover), no Posto Galápagos, em São João do Meriti (RJ), de bandeira Shell, é a primeira instalada no mercado brasileiro a atender ao novo RTM (Regulamento Técnico Metrológico), definido na Portaria 227/22 do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que entrou em vigor em 15 de março último.

Stelmo Carneiro, diretor-geral da Dover Fueling Solutions para a América Latina, frisa que “o objetivo do novo regulamento é garantir segurança para as bombas de combustíveis, com o intuito de prevenir fraudes e aumentar a confiabilidade das medições”. Ele se refere, especialmente, à fraude da ‘bomba baixa’, que lesa o consumidor, o qual paga por mais combustível do que, de fato, é colocado no tanque de seu veículo.

A Rede JB, proprietária do posto, é, segundo Carneiro, um cliente de vanguarda, um dos primeiros a investir em novos equipamentos. “Além disso, ostenta a bandeira Shell, empresa que faria sua convenção na semana seguinte e que tinha interesse em entender mais sobre essa nova tecnologia”, acrescenta. Devido a essa parceria e a essa coincidência, esse foi o primeiro posto do Brasil e do Rio de Janeiros a ter a nova bomba.

Em respeito ao novo RTM, o novo equipamento traz assinatura digital criptografada das informações movimentadas entre os componentes eletrônicos da bomba, um compartimento fora da área lacrada para que o sistema de automação e outros periféricos do posto sejam conectados e, ainda, uma porta de comunicação bluetooth para que o consumidor verifique o abastecimento e os fiscais possam obter o histórico de manutenções e intervenções efetuadas.

MODELOS JÁ DISPONÍVEIS

A Wayne foi a primeira fabricante a ter suas bombas certificadas pelo Inmetro e a oferecer ao mercado modelos em conformidade com as exigências do órgão: a linha Global 3G, composta pela Global Century e Globar Vista, e a linha Helix, integrada pela Helix 1000, Helix 4000 e pela Helix 5000, modelo que foi instalado no Posto Galápagos.

De acordo com informações da empresa, a família Helix combina tecnologia avançada, design moderno, durabilidade e alto desempenho e está em conformidade com as mais rigorosas normas de segurança e metrologia. Já os equipamentos da Global 3G apresentam robustez e durabilidade, podendo trabalhar 24 horas sem paradas.

Em entrevista à PO, Stelmo Carneiro revelou que, no ano passado, ainda em decorrência da pandemia de Covid19, ocorreu escassez global de componentes eletrônicos em geral e, mesmo num momento de incertezas e arcando com preços mais elevados do que em período anterior, a Wayne decidiu investir na aquisição desses itens.

Foi essa estratégia arrojada que, segundo ele, possibilitou que a empresa fosse a pioneira a obter a certificação de seus equipamentos junto ao Inmetro e que acumulasse estoques para atender à demanda. Carneiro acrescenta que, desde então, “os custos desses componentes se estabilizaram, mas não caíram, e não há previsão de que fiquem mais baratos no curto prazo, até porque a demanda mundial aumentou em todos os campos Nas novas bombas da Wayne, cerca de 40% dos componentes são importados.

RETROFIT E PERSPECTIVAS

Quanto à possibilidade de readequação das bombas (kit retrofit) em lugar de substitui-las por novas, o executivo pondera que não é economicamente viável para equipamentos de fabricação anterior a 2018-19, pois exigem reconstrução mecânica, inclusão de uma caixa externa etc., além da substituição total da parte eletrônica. “Já as bombas de 2018, 2019, para cá têm essa possibilidade, mas só terão de ser substituídas dentro de oito e 10 anos. No momento em que essa substituição for obrigatória, talvez o retrofit seja viável, mas hoje não é.

Mas vamos continuar trabalhando na redução desses custos se for esse o interesse do mercado.” A empresa estima que nesses primeiros anos as vendas de bombas novas irão se manter em patamares próximos aos recentes, de 13 mil unidades/ ano. “A partir de 2025, que é quando maior número terá de ser substituído, entendemos que a renovação do parque nacional irá crescer”, avalia o diretor-geral. Mas a expansão das vendas deve atravessar as fronteiras do Brasil.

ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS

Assim como aconteceu com os veículos, em que novas tecnologias trouxeram mais segurança para os motoristas e se espalharam pelo mundo, essa nova tecnologia em bombas, que foi desenvolvida e que está sendo implementada no Brasil, trazendo segurança não apenas para os consumidores finais mais também aos revendedores – que sofrem com as fraudes concorrenciais praticadas por uma minoria –, também começa a atrair a atenção internacional.

“Somos uma empresa multinacional e já estamos recebendo solicitações de outros países para equipamentos com essas características. Essa demanda por uma bomba mais segura e antifraude deixa agora de ser uma exclusividade do Brasil e passa a despertar o interesse do mundo”, revela Carneiro.

Por Cristiane Collich Sampaio