• TURISMO
    por Cristiane Collich Sampaio 

Uma visita a cenários, tradições e delícias de um passado colonial

Além de belezas naturais, a terra da poetisa Cora Coralina guarda suas origens na arquitetura, estilo de vida, festejos e gastronomia.

O conjunto arquitetônico colonial, a procissão do Fogaréu, a casa de Cora Coralina, a praça do Coreto e o Alfenins (uma arte antiga e delicada) são valiosos patrimônios da velha Cidade de Goiás.

Vila Boa de Goiás, Goiás Velho, Cidade de Goiás ou simplesmente Goiás. Não é por acaso que a Serra Dourada, que circunda a antiga capital do estado, traz esse nome. Data de meados de 1590 a chegada das primeiras bandeiras, saídas de São Paulo, à região, mas foi somente depois de 1700 que a busca por riquezas levou Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera) ao que mais tarde seria o estado de Goiás. Nas cabeceiras do Rio Vermelho, nas cercanias da atual cidade, ele encontrou ouro.


O conjunto arquitetônico colonial da cidade lhe valeu, em 2001, o tombamento pela Unesco, como patrimônio cultural da humanidade. Em passeios a pé pelo centro ou arredores, a cidade permite viagens culturais em diferentes direções. Há nove igrejas e diversos museus, como o das Bandeiras e de Arte Sacra, o Palácio Conde dos Arcos e a casa da escritora Cora Coralina (também doceira de ‘mão cheia’), hoje museu, a qual é considerada como das mais antigas da cidade (século XVIII). Perambular pela Estrada Real e pelas Ruínas do Ferreiro pode dar ao viajante uma ideia do que foi o ciclo do ouro no país.


CULINÁRIA MESTIÇA

Assim como casas e monumentos, a prosa nas janelas e as receitas antepassadas, transmitidas a gerações sucessivas ao longo do tempo, são traços culturais carinhosamente preservados. Nesse cardápio está o empadão goiano, uma mistura entre a culinária dos índios Goitacazes e tradições gastronômicas paulistas, que leva frango, carne de porco, linguiça, queijo e palmito de guariroba. Há também a galinhada, arroz com suã, peixe na telha e angu, entre outros pratos.


O viajante também não pode deixar de pr ovar o licor de pequi, a cachaça com murici, os sorvetes e doces de limão e frutas típicas do Cerrado, o ‘pastelinho’ recheado com doce de leite e de ‘comer com os olhos’ a delicada flor de coco e os alfenins, confeitos artesanais de variadas formas, a base de polvilho e açúcar.


NATUREZA PRODIGIOSA

Mas, os roteiros de Goiás não são feitos apenas de histórias e tradições. A prática do ecoturismo e do turismo de aventura possibilita experiências sem igual.


O município fica muito próximo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra Dourada, que tem 35 mil hectares de fauna, flora e relevo diversificados, com nascentes, córregos e cascatas. A Cachoeira das Andorinhas, que forma uma piscina natural, é uma das mais conhecidas. Mas entre outras tantas atrações, o visitante deverá visitar (e se banhar) o Poço dos Bispos, no Rio Vermelho, e as piscinas do Balneário Santo Antônio, no rio de mesmo nome.


Entre as principais atrações da região está o Parque Estadual da Serra Dourada, com exemplos inigualáveis de cenários.Para esses passeios um guia pode ser providencial.


FOGARÉU

A Procissão do Fogaréu é o mais destacado evento religioso de Goiás Velho. Trata-se de uma tradição na cidade desde 1745, que se desenvolve na Semana Santa e representa a captura de Cristo. À meia-noite da quarta-feira, a iluminação pública é apagada e tem início a cerimônia.