• SAÚDE
    por Denise de Almeida

 

O mal de Alzheimer

 

A doença, ligada ao envelhecimento, afeta a memória recente do paciente e obriga a grandes mudanças na estrutura da família.

 

Estima-se que existam no mundo cerca de 35 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, segundo a Abraz, Associação Brasileira de Alzheimer, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.


O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que produz atrofia progressiva, com a consequente perda das habilidades de pensar, raciocinar e memorizar. De início, o paciente começa a perder a memória mais recente. Pode até lembrar com precisão acontecimentos de anos atrás, mas esquecer que acabou de realizar uma refeição. Com a evolução do quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação.


Contudo, com o diagnóstico precoce é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. Pois, de fato, de todos os prejuízos causados pela doença, talvez o mais sentido seja a mudança de toda a estrutura familiar, já que o paciente vai necessitar, cada vez mais, de um cuidador que esteja atento à alimentação, ao vestuário e a qualquer outra dificuldade que ele encontre.


O paciente de Alzheimer também exige certa rotina, pois, na medida em que começa a sofrer a confusão mental, com dificuldade em perceber em que dia está, qual é o horário ou se já se alimentou, ele se sente desorganizado e, com isso, muito agitado. Há, porém, pequenas estratégias que podem facilitar o dia a dia de cuidador e paciente. Espalhar bilhetes pela casa lembrando-o de apagar a luz ou desligar a TV pode ajudar a criar um hábito e encoraja o doente a fazer atividades sozinho; àqueles que ainda saem desacompanhados, usar uma identificação pessoal com nome, endereço, número de telefone etc. pode ser de grande auxílio, já que podem esquecer onde estão ou por que saíram e não conseguirem retornar para casa.


Finalmente, estimular o convívio social e familiar do doente, evitar que ele fume ou beba álcool em excesso e manter uma alimentação equilibrada também são atitudes que contribuem para a qualidade de vida do paciente em qualquer estágio da doença. A Associação Brasileira de Alzheimer, formada por familiares dos pacientes, conta com a ajuda de vários profissionais, como médicos e terapeutas, e promove encontros para que as famílias troquem experiências e aprendam a cuidar e a entender a doença e seus efeitos na vida dos idosos.


Incurável, o Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção. Os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social permite, pelo menos, retardar a manifestação da doença. Entre as atividades recomendadas para estimular a memória, estão: leitura constante, exercícios de aritmética, jogos inteligentes e participação em atividades de grupo.