por Márcia Alves

Desde
março, o governo estuda a possibilidade de aumentar a mistura do etanol anidro
na gasolina, dos atuais 25% para 27,5%. Na época, o diretor do Ministério de
Minas e Energia (MME), Ricardo Dornelles, explicou que a decisão dependia de
“questões técnicas”. Na verdade, o impasse foi gerado pela posição contrária da
entidade representante dos fabricantes de veículos (Anfavea), que alegava a
impossibilidade do aumento diante do risco de comprometimento do desempenho dos
motores.

Como
autor da proposta, o setor sucroalcooleiro defende a medida com dois
argumentos. Um seria a possibilidade de absorver a demanda gerada pela perda de
40% a 50% das exportações de etanol anidro para os Estados Unidos neste ano,
segundo estimativa da entidade do setor, Unica. Outro argumento, ainda mais
convincente para o governo, seria o impacto positivo no preço da gasolina.

Para
Elizabeth Farina, presidente da Unica, qualquer aumento na mistura de etanol na
gasolina significaria a substituição de um componente mais caro - a gasolina
pura -, por outro mais em conta, - o etanol anidro. “A diferença de preço permite,
potencialmente, algum recuo no preço final da gasolina na bomba”, explica.







Ainda
em maio, as previsões apontavam para a elevação da proporção de etanol na
gasolina, já que a corrente dominante no governo demonstrava mais preocupação
com o peso da gasolina na inflação e o eventual efeito na campanha de reeleição
da presidente Dilma Rousseff.