Por Denise de Almeida

Se a política de implantação do diesel S-50 em nível nacional está confusa, o mesmo não acontece com a distribuição do Arla-32, uma solução aquosa de ureia técnica, não tóxica, produzida em laboratório, que, ao contrário do que muita gente imagina, não é misturado ao combustível. O produto é colocado após a combustão realizada no motor e é responsável pelo pós-tratamento dos gases de escape, reduzindo as emissões de óxido de nitrogênio (NOx) – um dos gases de efeito estufa –  em até 98%.

Produto indissociável do diesel S-50, o Arla-32 (Agente Redutor Líquido Automotivo, solução com 32% de ureia), por não ser um combustível, não está no âmbito dos produtos regulados pela ANP. Porém, sua certificação será obrigatória e o produto deverá apresentar selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Consultado, o Inmetro  – a quem cabe avaliar se o produto atende aos requisitos da legislação do Ibama e acreditar laboratórios e organismos de certificação, além da fiscalização e acompanhamento dele no mercado brasileiro – diz que quem vai responder pela qualidade, preço, quantidade, produção, distribuição do Arla-32 é o próprio fornecedor, seja ele fabricante ou importador. “Há diversos fabricantes. O mercado é livre e tem de ser competitivo”, afirma Gustavo Kuster, chefe da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade do órgão.

Com isso, é sabido, por exemplo, que o produto poderá estar disponível tanto nos postos de combustíveis como na rede de concessionárias das montadoras, distribuidores de motores e peças, entre outros pontos de venda.

Entre os fabricantes, a Cummins Filtration, por exemplo, desenvolveu uma estratégia de disponibilidade e distribuição para atender à demanda em diversas cadeias de suprimentos. Segundo Marco Rangel, diretor gerente da empresa, o Arla estará disponível em embalagens de 4, 10 e 20 litros, tambor de 200 litros, tanque descartável e de plástico de 1.000 litros, além de opções a granel para grandes frotas.

“A ideia é iniciarmos de maneira similar à distribuição de aditivos e anticorrosivos e lubrificantes em geral, migrando gradualmente para um focoamplificado nos pontos de vendas de combustíveis. A evolução de consumo será rápida e a abrangência regional”, diz.

Para cada 100 litros do diesel S-50,  serão necessários cinco litros de Arla e, segundo as montadoras, o motorista contará com a ajuda de um indicador no painel do nível de produto, para saber o momento certo de reabastecer o tanque do fluido. O tanque que comporta o produto precisará, então, ser preenchido a cada três ou quatro reabastecimentos de diesel. “Se o condutor insistir em deixar o tanque do fluido vazio, o conjunto mecânico irá perder potência gradativamente, até que o reabastecimento se torne compulsório”, explica Sérgio Foratto, supervisor de treinamento técnico da Mercedes-Benz.

Preço ainda não definido

O preço do litro do produto ainda não está definido, mas a tendência é de que seu custo fique pouco abaixo do que é cobrado pelo diesel. Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ainda há discussões de mercado. “Mas imagino que, em ordem de grandeza, fique em um pouco mais, um pouco menos, na ordem de R$ 2, entre R$ 2 e R$ 3, o litro", afirmou.