Por Denise de Almeida

Pesquisa realizada pelo Idec  (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) revela que, mais de um ano após a aprovação da  PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), em agosto de 2010, a coleta seletiva está presente em apenas 8% dos municípios brasileiros, sendo que 86% deles situam-se nas regiões Sul  e Sudeste. Isso significa,  segundo o órgão,  que somente 14% da população do país tem acesso ao serviço,  resultando na reciclagem de apenas 3% dos resíduos sólidos urbanos.

Por  conta de número tão ínfimo, a entidade orienta que os consumidores escolham produtos com menos embalagens e que enviem tudo que puderem para a reciclagem.   "Separar os materiais reaproveitáveis em casa, além de gerar renda para uma boa parcela da população, evita a sua contaminação  e diminui os custos da reciclagem",  afirmam seus representantes.

A orientação é simples:  se você está em um local que não dispõe do serviço de coleta seletiva pode procurar,  por exemplo, uma cooperativa de catadores ou a própria prefeitura para cobrar que se estabeleça esse serviço em seu município.

E, para os consumidores que vivem em áreas atendidas pela coleta seletiva, mas ainda têm dúvidas  sobre como separar os resíduos e se há necessidade de lavar as embalagens,  por exemplo,  o Idec fornece orientações que podem facilitar o dia a dia do consumidor:

    Seleção  –  Se a coleta dos materiais recicláveis for realizada pela prefeitura ou cooperativa de catadores,  não há necessidade de separar cada resíduo por tipo (papel, plástico, vidro, etc.), mas apenas diferenciá-lo do lixo comum.

    Limpeza e acomodação  –  Antes de encaminhar os materiais para a coleta, limpe-os. Já os vidros e outros objetos cortantes devem ser enrolados em jornal, para evitar machucar os trabalhadores da cadeia de reciclagem.

    Material diferenciado  –  Pilhas e baterias obsoletas devem ser levadas às lojas de produtos eletroeletrônicos ou a qualquer estabelecimento que venda esse tipo de produto – como os supermercados, por exemplo –,  que são obrigados por lei a recolhê-las. Quando esses materiais são jogados no lixo comum,  têm grande chance de contaminar o solo e a água com os metais pesados presentes em sua composição.

   Escolha consciente  –  Na hora das compras, leve sua sacola retornável ou peça caixas de papelão aos supermercados e diga não às sacolinhas de plástico. E não se esqueça de recusar as embalagens também na farmácia,  na perfumaria,  na loja de roupas, enfim,  sempre que não tenha utilidade futura para elas.

Desempenhar um papel ativo perante a sociedade,  exigindo soluções de entidades, governo e iniciativa privada no sentido de diminuir  a geração de resíduos também faz parte do dia a dia do consumidor consciente.