por Cristiane Collich

O revendedor Nirceu de Barros, do Auto Posto Gastron Paulista, localizado em São Paulo (SP), recebeu a carta da Cetesb, mas não caiu no golpe. Ele consultou a empresa que cuida da adequação ambiental do estabelecimento, que lhe garantiu que o processo estava regular e que o documento recebido era falso.

Porém, ele não teve a mesma sorte com a Redecard. Não se trata de um golpe semelhante aos já relatados, mas envolve procedimento fraudulento que, segundo o revendedor, lhe causou prejuízo de mais de R$ 15 mil.

Nirceu relata que vende combustíveis mediante pagamento com cartões de crédito de diferentes bandeiras, usando para isso o sistema da Redecard e solicitando, sempre, os documentos do consumidor. Entretanto, em março, após encerrar o período, observou que o pagamento efetuado pela empresa veio a menor, pois diversas vendas haviam sido canceladas poucos dias após terem sido feitas. “Quando passávamos o cartão, a venda era aprovada pela Redecard, mas esta era posteriormente cancelada e só descobríamos isso quando recebíamos o pagamento, cerca de 30 dias após o fato”, explica. Essa história se repetiu – com vendas para pessoas diferentes, com cartões de diferentes bandeiras – nos meses de abril, maio e junho. “Mandamos uma carta para a empresa solicitando o ressarcimento das perdas, acompanhada de todos os documentos que comprovavam as vendas efetuadas e os respectivos valores. No entanto, a Redecard nos devolveu tudo, argumentando que o cancelamento havia sido feito por telefone, pelo próprio posto, e lavando as mãos”, revela. Mas as máquinas antigas foram substituídas.

“Que segurança temos de que vamos receber o montante correspondente às nossas vendas se um simples telefonema basta para cancelar um pagamento?’, indaga.

O empresário afirma, categoricamente, que os cancelamentos não foram feitos por ele, por sócios ou funcionários do posto e comenta que, estranhamente, a sustação dos pagamentos só se deu quando o valor gasto era alto; com valores baixos, isso nunca ocorreu, ainda que se tratasse de uma mesma pessoa, de um mesmo cartão.

Para ele, “a Redecard sabe quem fez isso, seus clientes, e deveria forçá-los a pagar a dívida, já que tem os dados e mais poder do que nós, comerciantes”.

Por trás da maquininha da Redecard está uma das maiores companhias do setor de meios eletrônicos de pagamento, que opera com as principais bandeiras de cartões do país, como MasterCard, Diners Club International e Aura, entre outras, como divulgado no site da própria empresa.

E, já que as tentativas amigáveis de recuperar seu prejuízo não surtiram o efeito desejado, Nirceu e seus sócios pretendem agora partir para via judicial.