por Márcia Alves


 


O sal, além de melhorar o sabor dos pratos, ajuda em algumas funções importantes do corpo, como a transmissão de impulsos nervosos, contração muscular e boa absorção dos nutrientes. Mas, se consumido em excesso, pode causar aumento de peso devido a retenção hídrica, além de elevação da pressão arterial, problemas cardíacos e renais.


 


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um adulto deve consumir por dia no máximo 6 gramas de sal de cozinha, o que equivale a uma colher de chá ou 2,4 gramas de sódio. Mas pesquisas revelaram que o brasileiro vai bem além, consumindo cerca de 13 gramas diárias.


As características genéticas também influenciam no efeito do sal em cada pessoa. Estudiosos acreditam que devido a certos genes alguns organismos possuem rins com maior dificuldade em manipular os excessos de sal, fazendo que determinada pessoa seja mais sensível ao sal do que outra.


Nos negros, por exemplo, há a prevalência de pessoas com mais sensibilidade a essa substância. Entre os sexos, as mulheres possuem uma maior resistência natural aos efeitos do sal até a menopausa, mas depois desse período aumenta-se consideravelmente o risco à hipertensão.


Enquanto em um adulto a média de consumo de sal é de 6 gramas por dia, para os idosos esse número cai para 5 gramas. Com o processo de envelhecimento, os vasos vão perdendo naturalmente a capacidade de distensão, dando maior probabilidade de se obter a alta pressão arterial.


Redução já


De acordo com Jorge Ilha Guimarães, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a redução no sal precisa ser encarada como uma atitude inadiável. No Brasil, são registradas mais de 300 mil mortes por ano como resultado de eventos cardíacos. Se o consumo for reduzido, o número de vidas perdidas também seria significativo.


Estudo recente no New England Journal of Medicine apontou que diminuir o consumo de sal pode reduzir doenças cardiovasculares tanto quanto parar de fumar, combater a obesidade e controlar o colesterol. O problema é que a tabela nutricional das embalagens não informa a quantidade de sal e sim a de sódio - um dos componentes do sal de cozinha e o verdadeiro causador da pressão alta.


Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novas normas para as propagandas dos produtos com grande quantidade de açúcar, sódio e gordura saturada ou trans (gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação natural ou industrial).



Como evitar o consumo excessivo


• Nunca ter um saleiro à mesa


• Não acrescentar sal aos alimentos já prontos.


• Preferir alimentos frescos em vez dos processados.


• Evitar alimentos embutidos (lingüiça, salsicha, mortadela, presunto, salame).


• Evitar conservas e enlatados como: picles, azeitona, aspargo, patês e palmito.


• Comer queijo branco ou ricota sem sal é mais saudável do que outros tipos de queijo.


• Evitar salgadinhos para aperitivo com adição de sal, amendoim, batata frita e outros.


• Evitar alimentos que contenham o aditivo glutamato monossódico, utilizado para realçar o sabor dos alimentos.


• Substitutos do sal ou sal diet podem ser indicados para algumas pessoas, mas só devem ser consumidos sob orientação médica ou de nutricionista.


• Além de moderação no uso no sal no preparo dos alimentos, é preciso redobrar os cuidados com os alimentos industrializados. Até mesmo doces, balas, bolos e biscoitos incluem esse tempero. Confira sempre a composição na embalagem e prefira alimentos e temperos naturais.


Fonte: Acontece