por Cristiane Collich Sampaio


 



Em fevereiro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou o balanço do consumo de combustíveis no Brasil em 2009. Em nota anunciou crescimento de 2,7% em relação a 2008, considerado “especialmente importante por ter ocorrido em período marcado pelos efeitos da crise econômica mundial”.


A participação dos combustíveis renováveis teve elevação de 14% na matriz de consumo veicular do Brasil, passando de 19,5% para 22,3%.
Mesmo considerando que o sindicato nacional das distribuidoras (Sindicom) “não faz projeções de mercado”, o vice-presidente executivo da entidade, Alísio Mendes Vaz, se mostra animado. “Podemos prever que, dadas as perspectivas otimistas para a economia do país, deveremos ter crescimento nas vendas de combustíveis”, avalia. Em 2009, segundo ele, houve crescimento de 3,5% nos combustíveis claros, que foi sustentado pela demanda de etanol (de mais de 24%), enquanto que a da gasolina cresceu 1% e a do diesel teve queda de 1%.


 


Expansão e saneamento


 


Com base nesses dados e observando que o consumo de gasolina e etanol está vinculado ao poder aquisitivo do consumidor, enquanto que o de diesel está mais relacionado à produção, Alísio Vaz se arrisca a fazer algumas considerações. Para ele, o consumo da gasolina deverá se manter estável, eventualmente com ligeiro crescimento face à melhor competitividade com o etanol no 1º trimestre. Quanto ao etanol, o executivo do Sindicom aponta crescimento em patamares inferiores aos registrados em 2009, “uma vez que os preços deverão ser superiores aos do ano passado, prevendo-se recuperação da competitividade a partir de março-abril nos principais estados do Centro-Sul”. Ele também acredita na reversão da tendência de consumo do diesel verificada em 2009, “em função da provável retomada das exportações e recuperação do PIB”.


Para o diretor do Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis (Brasilcom), Jefferson Melhim Abou-Rejaile, outros fatores devem colaborar com o aumento das vendas das distribuidoras, como a depuração do setor. “O ano de 2009 foi de consolidação desse mercado, do qual muitas empresas saíram – por incompetência, por questões financeiras –, enquanto que, felizmente, as do Brasilcom cresceram”, afirma. Conforme suas declarações, as empresas regionais mostraram sua capacidade de sobrevivência, são respeitadas e vistas como necessárias ao adequado abastecimento nacional: “o mercado já não sobreviveria sem elas.”