por Cristiane Collich Sampaio


 


Com o objetivo de viabilizar a estratégia de implantação do Programa Jogue Limpo – para coleta e reciclagem das embalagens plásticas de lubrificantes usadas – na capital de São Paulo, no último dia 11 de setembro foi formalizada uma parceria entre o sindicato nacional das distribuidoras (Sindicom) e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do município.


A Lei nº 13 316, de 2002, que trata da coleta, destinação final e reutilização de embalagens em geral e pneumáticos, considera como responsáveis pela destinação adequada desse material as empresas produtoras e distribuidoras dos produtos contidos nesses recipientes. A lei foi regulamentada em 2008 e no primeiro trimestre de 2010, mediante o acordo, a coleta dos frascos de lubrificantes deverá se dar numa área piloto, para depois, estender-se a toda a cidade.


 


Experiência acumulada


 


O vice-presidente executivo do Sindicom, Alísio Mendes Vaz, informa que, há quatro anos, o Jogue Limpo está no Rio Grande do Sul e em municípios paranaenses: “até o final do ano, deverá chegar a Santa Catarina e expandir-se para outras cidades do Paraná.” Ele relata que há seis anos, aproximadamente, foi feita uma primeira experiência no Rio de Janeiro (RJ). “A lei determinava a incorporação de cooperativas de catadores ao processo, mas teve de ser alterada. A coleta desse produto exige mão-de-obra profissionalizada e cuidados especiais no transporte, para evitar contaminações”, avalia. Segundo ele, essa constatação serviu como premissa para o desenvolvimento do Programa Jogue Limpo.


Além disso, o sucesso da iniciativa também depende da conscientização de consumidores e revendedores sobre a importância de cumprirem com sua parte. Tanto que, de acordo com informações do executivo, estão previstas parcerias com entidades da revenda e uma campanha para que os consumidores entreguem, em qualquer posto, as embalagens usadas: “o posto deve se transformar num ponto de recolhimento.”


O volume de embalagens provenientes do comércio de lubrificantes pelas associadas da entidade é inferior a 2% do total de vasilhames plásticos comercializados na capital paulista. Apesar disso, em virtude da complexidade desse mercado – como suas dimensões e restrições ao tráfego de caminhões em algumas áreas, por exemplo – a implantação do programa está sendo cercada de cuidados, precedida por estudos e por um período de preparação.


 



Passo a passo


 


O Programa Jogue Limpo, desenvolvido pelo Sindicom, prevê o armazenamento das embalagens vazias em sacos plásticos nos postos revendedores, para recolhimento periódico por caminhões-baú, de forma a evitar que eventuais resíduos de óleo sejam derramados no trajeto até os centros de recebimento.


No momento da coleta, esses fardos são pesados em balança eletrônica que emite um comprovante para o posto. A intenção dos órgãos ambientais é usá-lo como estímulo ao armazenamento desse tipo de descarte nos estabelecimentos, talvez por meio de facilidades na renovação da licença. No site do programa (que está em desenvolvimento) haverá um banco de dados, pelo qual as instituições de fiscalização poderão acompanhar detalhes do processo, como o volume coletado e destino.


Em seguida, o caminhão leva sua carga aos centros de recebimento montados pela entidade. O material é vendido a empresas recicladoras de plástico, que retiram o restante de lubrificante dos frascos e o encaminham a unidades de rerrefino, lavam as embalagens e as trituram, para posterior reaproveitamento. “O que recebemos com a venda das embalagens é um valor praticamente simbólico, frente aos custos logísticos de todo o processo”, diz Alísio Vaz.