por Cristiane Collich Sampaio


 


A identificação de passivo ambiental no posto de serviços faz o proprietário perder o sono. Causa: o pesadelo que isso pode representar, em termos de riscos e de valores a serem desembolsados na recuperação da área e, ainda, diante da perspectiva de interromper o funcionamento do estabelecimento por um longo período.


Todavia, esse quadro se apresenta em casos raros. Conforme explicação do hidrogeólogo Everton de Oliveira, diretor da Hidroplan, empresa especializada na identificação de áreas contaminadas e na remediação de solos e águas subterrâneas, “se não houver riscos à saúde humana e à segurança pública, então não haverá necessidade de ser implantado um sistema de remediação, exceto se o terreno contaminado estiver em área de manancial ou de preservação permanente”. Em áreas urbanas, o procedimento consiste na adoção de um plano de gerenciamento dos riscos, com monitoramento periódico da qualidade do solo e da água subterrânea, e também dos índices de explosividade nas galerias, e a instalação de pontos de vistoria na área e em seu entorno.


Ele assegura que, desde que as fontes da contaminação tenham sido completamente removidas, o posto poderá manter suas atividades durante o processo de remediação. “Geralmente os sistemas são compactos e podem ser implantados sob a pista”, declara, acrescentando que as atividades poderão ser temporariamente interrompidas para a troca de tanques e outras instalações, assim como para reforma em caixas separadoras e receptoras de óleo queimado.


 


Etapas e precauções


 


Uma vez detectada a existência de passivo num posto, o passo seguinte é fazer seu diagnóstico. O diretor da Hidroplan afirma ser preciso, primeiramente, a identificação dos tipos de contaminantes presentes, os processos de transporte no solo e na água subterrânea, as características físicas da área impactada e sua extensão. Em seguida é preciso determinar o método de remediação mais adequado ao caso, se esta for necessária.


De posse desses dados, é possível prever o intervalo de tempo e os custos necessários para a descontaminação de uma área, mas ele salienta que “a estimativa, em qualquer caso, apresentará margem grande de erro, inerente à variação da condutividade hidráulica na natureza”.


Hoje há muitas empresas atuando na área de meio ambiente, mas poucas são especializadas em avaliação e remediação de áreas contaminadas. Para se prevenir contra aborrecimentos e prejuízos, Everton de Oliveira sugere que o revendedor entre em contato com os órgãos ambientais ou com os conselhos profissionais, para se certificar de que os prestadores contratados são honestos e estão capacitados a executar os serviços. “Ainda não há, por parte dos órgãos ambientais e regulamentadores, emissão de documento que ateste a capacidade dessas empresas”, informa, mas acrescenta que é comum empresas solicitarem cartas de recomendação ou atestados de capacidade técnica avalizados por antigos clientes. Também vale lembrar que convém ao revendedor consultar seu sindicato, buscando orientação sobre fornecedores idôneos e qualificados.