por Denise de Almeida


 


 


Enquanto o governo planeja mudar a legislação brasileira que regula o mercado de cartões, atualmente dominado pelo duopólio Visanet e Redecard, o uso do cheque como meio de pagamento passa a ser incentivado pelo comércio paulista. 


Um dos motivos, segundo o economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo, é para fugir das altas taxas cobradas pelas administradoras de cartões. Mas não só isso. Solimeo relata que, com a retração do mercado em função da crise econômica, empresas menores se viram obrigadas a buscar crédito para fazer capital de giro. E a saída, nesse caso, veio do cheque, pois, ao contrário dos pagamentos com cartões, é possível receber o valor à vista ou, quando muito, antecipar o seu recebimento. 


Mas, e quanto ao pesadelo da inadimplência na venda com cheque? De acordo com o economista, ela gira em torno de 2% sobre a receita, dependendo da política mais ou menos rígida da empresa, enquanto que, na venda com cartões, esse percentual pode chegar até 5%. 


Esses números no caso dos postos de combustíveis, segundo levantamento feito pelo Sincopetro, variam para menos. “A perda com a venda com cheque é da ordem de 1% sobre o faturamento, e o custo do cartão é de 2,5% a 3% sobre a venda, sem contar o aluguel das máquinas e o prazo para receber das administradoras de cartão", afirma o presidente da entidade, José Alberto de Paiva Gouveia. 


 


Novas formas de pagamento 


 


Paralelamente, estatísticas realizadas anualmente pelo Banco Central do Brasil revelam que a redução na utilização dos cheques no Brasil, “principalmente daqueles de menor valor unitário, que têm sido substituídos pelos cartões de pagamento”, é crescente. Nos últimos quatro anos, a taxa média de crescimento anual de utilização dos instrumentos de pagamento eletrônicos foi de 17%, ao passo que a do cheque apresentou redução média de 9,3% ao ano. 


Mas, na opinião de Solimeo, isso não significa, entretanto, que o comércio vai deixar de aceitar cheque. Mesmo porque, o diagnóstico realizado pelo Banco Central aponta que o maior volume de pagamentos de varejo no Brasil ainda é feito em moeda corrente. “Ainda há muito espaço no mercado para novas formas de pagamento”, assegura. 


Quanto ao uso de cartões, ainda neste mês, a Câmara dos Deputados deve apresentar projeto sobre sua regulamentação. Entre as propostas, além da obrigação de que os equipamentos sejam capazes de ler quaisquer cartões, está a prática de preços diferenciados para pagamentos em dinheiro e cartão. 


De qualquer forma, para Solimeo, estas questões não devem ser tratadas isoladamente. “O importante é estabelecer mais concorrência”, afirma. “E há que se avaliar também o lado do consumidor”, porque, no final, “é sempre ele quem decide como o comércio deve operar”, finaliza. 


 


Consulta a cheques 


 


Vale ressaltar que os associados Sincopetro desfrutam de um serviço exclusivo para postos de combustíveis. Trata-se do Sincocheck, sistema instantâneo de consulta a cheques que informa sobre cheques roubados/sustados e sem fundos de todo o país, por meio do sistema do SCPC. 


Fruto de uma parceria com a Associação Comercial de São Paulo, o Sincocheck possibilita 1,5 mil consultas por segundo e funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. 


Para mais informações, entre em contato conosco (11) 2109-0600.