Elaine Paganatto


 


No último dia 25 de maio, a capital paulista foi uma das localidades que participou do Dia da Liberdade de Impostos, um evento que começou há 14 anos em Porto Alegre (RS), cujo idealizador foi o Instituto Liberdade, sediado naquela cidade.


 


Tempos depois, por intermédio de outros institutos, fundações e organizações espalhadas pelo Brasil, o evento foi levado a outras localidades. No caso de São Paulo, especificamente, os responsáveis pela promoção foram o Instituto Ludwig von Mises - Brasil e o Movimento Endireita Brasil.


 


Com a proposta de conscientizar e mobilizar a sociedade acerca da alta carga tributária brasileira, os organizadores promoveram um dia com a gasolina sendo vendida sem a incidência de impostos.


 


Por quê a gasolina? “Porque a gasolina é utilizada por todas as classes sociais, indistintamente, e é vendida em todo o Brasil a preços quase semelhantes, com diferenças pouco significativas. É um produto que pelas características na comercialização permite comparação e entendimento da população do que se quer mostrar”, explica o advogado do escritório Carvalho de Aquino, Salles e Mesquita Filho, e participante ativo das ações do Mises Brasil e do Movimento Endireita Brasil, Ricardo Salles.


Para o advogado, o peso dos impostos na gasolina é muito significativo, pois para uma pessoa com mais recursos pagar 40% de imposto num tanque por semana é um valor bem menos expressivo do que para alguém que ganha um salário mínio. “Por isso, o produto gasolina é um item de aglutinação da sociedade para efeito de verificação da carga tributária”.


 


O posto Portal de Perdizes, localizado na avenida Sumaré, zona Oeste da cidade de São Paulo, foi o estabelecimento escolhido para oferecer a gasolina naquele 25 de maio a R$ 1,4624 (40% a menos) por litro. A promoção que deveria começar às 9h e fora planejada para ser mantida até às 16h, com a oferta de seis mil litros de gasolina, durou pouco mais de duas horas. As filas foram enormes e cerca de 300 veículos, entre carros e motocicletas passaram pelas bombas do posto. Foram distribuídas a princípio 240 senhas de abastecimento, mas outras 50 precisaram ser geradas. Ao final do volume combinado, ainda havia consumidor na pista querendo encher o tanque. Compreensível, pois para um tanque de 45 litros, por exemplo, enchê-lo significou gastar R$ 65,80, ao contrário dos cerca de R$ 108,00 que se desembolsaria com a gasolina no preço normalmente comercializado no local, R$ 2,3999.


 


 “Além de oferecer combustível com A proprietária do posto, Patrícia Kulaif, aceitou prontamente o convite feito pelo Mises Brasil: preço atraente para o meu consumidor, ainda posso deixá-lo a par do que realmente ocorre com a cadeia de comercialização de combustível no Brasil”.


 


300 são 3000


 


Para Salles, os 300 veículos representarão cerca de três mil pessoas, já que ele imagina que cada consumidor comentará com parentes e amigos e todos ganharão a consciência do que o movimento pretendia despertar nas pessoas. “Seguramente uma em cada três pessoas que passou por ali, entendeu a proposta do evento. É preciso mudar a cabeça do cidadão e, conseqüentemente, do político, ou continuaremos com essa tributação absurda que temos no país”. 


 


A data, 25 de maio (145 dias ou 40% do ano), foi escolhida porque, segundo o Mises Brasil, marca a quantidade de dias que é necessário ao brasileiro trabalhar para pagar os impostos ao governo. “E pagar impostos nessa tributação brasileira, significa ter menos dinheiro no bolso para o cidadão comprar coisas do dia-a-dia, como comida, vestimenta, material escolar, eletrodomésticos etc”, destaca.