por Denise de Almeida


 


De acordo com o chefe de fiscalização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em São Paulo, Alcides Amazonas, em breve, será assinado um protocolo com o Ministério Público Estadual (MPE) que vai permitir que técnicos do órgão participem da fiscalização em postos de gasolina para detectar combustível adulterado.


Com isso, os fraudadores – que hoje sofrem apenas sanções administrativas – passarão a ser denunciados por crime contra a ordem econômica, cuja pena é de seis meses a três anos de reclusão.


Segundo o promotor de Justiça Luiz Alberto Bevilacqua, secretário executivo do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo, já existe um convênio de cooperação técnica, celebrado entre a ANP e o Conselho Nacional de Procuradores Gerais de Justiça do Brasil, que autoriza a participação conjunta em fiscalizações e treinamento de servidores do MP. “O que se busca com um futuro protocolo executivo com a superintendência de São Paulo é o estreitamento de laços entre os órgãos públicos, bem como viabilizar os treinamentos aos servidores do MP”, afirma.


Bevilacqua ressalta que a fiscalização nos postos deve ser feita, ordinariamente, pela ANP, Procon, Secretaria da Fazenda e Ipem, e que “a participação do MP de São Paulo pode ocorrer excepcionalmente e com o intuito de produzir prova para investigações, através, por exemplo, da coleta de amostras de combustíveis”, diz.


Ele explica que, assim como já ocorre em outros estados, através de grupos criminais e/ou de defesas do consumidor, o MP atua especificamente em procedimentos criminais ou inquéritos civis, com o fim de obter prova para a propositura de ações penais ou ações civis públicas.


“Temos notícia que em Minas Gerais o MP tem atuado diretamente com o Procon e, em Porto Alegre, o MP gaúcho tem o seu próprio laboratório móvel. O MP de São Paulo também está buscando a estruturação devida”, declara.


Para Alcides Amazonas, a participação do Ministério Público nas fiscalizações “é um ganho muito grande, porque vai dar um tratamento criminal aos infratores".