por Elaine Paganatto


 


Você já ouviu falar em celulite, certamente. Se for mulher, provavelmente tentou todos os tratamentos possíveis. Mas vamos abordar aqui a séria doença chamada celulite infecciosa, que nada tem a ver com aquela popular que é causada pela flacidez do tecido adiposo – gordura que fica embaixo da pele – decorrente de oscilações hormonais, da idade, da vida sedentária e da predisposição de cada pessoa. Esse tipo é um problema estético que não traz nenhum prejuízo à saúde. 


Já a celulite infecciosa é aguda, perigosa, porque se trata de uma infecção da pele e dos tecidos subcutâneos causada por microorganismos (bactérias) – Estreptococos ou Estafilococos –, que penetram na derme lesada (ferimentos, machucados, traumas, picadas de insetos, feridas cirúrgicas, depilações etc.) e se instalam no tecido adiposo, causando inflamação, inchaço, vermelhidão, dor e aumento de temperatura no local acometido. O paciente ainda pode apresentar febre e mal-estar.


“Os membros inferiores são os mais freqüentemente acometidos, mas é importante ressaltar que a doença pode ocorrer em qualquer parte do corpo como face, pescoço, tórax e abdomem”, destaca a médica infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e do Hospital Santa Cruz, Thaís Guimarães.


Retardo da cura


Segundo a médica, que também é coordenadora de divulgação da Sociedade Brasileira de Infectologia, não há perigo de contágio entre as pessoas e em casos mais agudos a internação pode ser necessária dependendo da extensão da celulite e da gravidade do caso.


“Como se trata de uma infecção, pode ser necessário administrar antibióticos por via venosa. As bactérias causadoras de qualquer tipo de infecção podem tornar-se resistentes aos antibióticos utilizados no tratamento (os que têm ação sobre os Estafilococos e os Estreptococos), levando  a um retardo da cura. Por isso não se deve fazer uso indiscriminadamente de antibióticos”. 


A doença traz problemas sérios ao paciente, porque pode levar à septicemia (infecção generalizada dos órgãos) e à morte se não tratada adequadamente. Isso dependerá de vários fatores como o estado im­uno­lógico do paciente, a localização da infecção, a extensão e à gravidade da celulite. De acordo com a in­fectologista, há pacientes que necessitam de tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tamanho o foco de infecção.


Teoricamente não há como evitar a doença, mas é importante destacar que se houver no corpo alguma infecção, e a presença de qualquer um dos sintomas descritos, é fundamental procurar o médico para afastar a possibilidade de ser celulite infecciosa. Em sendo, o quanto antes ela for tratada mais rapidamente se chegará à cura e, claro, menor o sofrimento para o paciente.