por Márcia Alves


 


Além de praticar concorrência predatória com a revenda tradicional de combustíveis, alguns postos instalados em supermercados também têm prejudicado a população e o meio ambiente, por apresentarem problemas de contaminação de solo e lençol freático. Dois casos mais recentes, envolvendo o Extra e o Carrefour, chamam a atenção pelo desfecho.


No posto do Extra de Goiânia (GO), o vazamento de combustíveis, especialmente de óleo diesel, foi detectado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), que interditou o estabelecimento desde outubro. Na ocasião, a Semma aplicou uma multa de R$ 10 milhões ao Extra, cujo valor foi definido com base no relatório técnico sobre o vazamento, que dimensionou a extensão dos danos na área urbana, onde há predominância de poços artesianos. Além da contaminação do lençol freático, o óleo diesel também danificou o solo.


Já o posto do Carrefour de Diadema (SP), continua funcionando normalmente, apesar de a Cetesb, o órgão ambiental do estado, ter constatado um vazamento de gasolina em julho, época em que determinou o fechamento do estabelecimento, até que os tanques fossem substituídos.


Em comum, os dois postos apresentam irregularidades em relação ao licenciamento ambiental. O de Goiânia está com a licença vencida e o de Diadema sequer tem autorização da Cetesb para funcionar.


Em Diadema, a Câmara Municipal decidiu resolver a questão com o Carrefour, realizando uma audiência pública em novembro, com a participação dos representantes do hipermercado, dos moradores vizinhos ao posto e autoridades locais. Na ocasião, os moradores relataram o incômodo provocado pelo forte odor de gasolina, manifestando preocupação com possíveis problemas de saúde e também com o risco de explosão de suas residências. Segundo a representante de uma escola pública localizada a cinco metros do posto, diversas vezes os alunos foram dispensados mais cedo, em virtude do cheiro de gasolina.


Embora os representantes do Carrefour tenham informado a respeito da contratação de uma empresa ambiental para remediar a contaminação, a audiência terminou com a promessa dos vereadores de não desistirem do caso até a sua completa resolução.