ESTUDO SOBRE BENZENO BUSCA BENEFICIAR POSTOS E FRENTISTAS

O PROJETO DEVERÁ APERFEIÇOAR A LEGISLAÇÃO E REDUZIR CUSTOS PARA O REVENDEDOR

O projeto Avaliação e controle de riscos em postos de revenda de combustíveis está sendo desenvolvido em parceria pela Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), FCF-USP (Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo) e pela Unisalle (Universidade La Salle, de Canoas-RS), com o apoio do Sincopetro.. Tem como objetivos, além do aperfeiçoamento das normas regulamentadoras específicas, a melhoria das condições de trabalho, a proteção à saúde do trabalhador e a redução de custos para o empregador.

Vale destacar que as normas legais brasileiras não estabelecem limites de tolerância de exposição ocupacional para o benzeno, dificultando o julgamento da eficácia das medidas de proteção adotadas.

A caracterização mais precisa dos riscos e a estimativa dos níveis de exposição ao benzeno por meio de um software denominado ART (Advanced Reach Tool) deverão contribuir para o aperfeiçoamento da legislação brasileira, assim como reduzir custos para o revendedor.

O estudo pretende avaliar o perfil de exposição ao benzeno e hidrocarbonetos totais dos trabalhadores de postos de revenda, monitorar possíveis efeitos biológicos precoces, caracterizar os riscos à saúde e subsidiar a revisão da legislação trabalhista e previdenciária relacionada aos efeitos dessas substâncias na saúde dos trabalhadores desses estabelecimentos.

AS ETAPAS DO PROJETO

O projeto será desenvolvido em três etapas. A primeira, iniciada em 2022, está em fase de conclusão, tendo sido realizadas visitas a postos localizados nas regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Vitória (ES) e Florianópolis (SC). O objetivo desta etapa foi caracterizar as instalações e atividades dos trabalhadores nos postos, assim como estimar a exposição ao benzeno utilizando o ART.

A etapa seguinte, envolvendo 12 postos paulistanos, visa determinar o nível de exposição ocupacional dos trabalhadores por meio de coletas de amostras ambientais e avaliar a eficácia das medidas preventivas adotadas. Os dados obtidos serão utilizados para validar os resultados obtidos na etapa anterior, de tal forma que os postos poderão avaliar as exposições sem a necessidade de realizar medições, reduzindo custos operacionais.

A terceira e última fase do projeto prevê a coleta de amostras de sangue, urina e células da boca de um grupo voluntário de frentistas. Essas amostras serão analisadas para detectar possíveis efeitos precoces na saúde dos frentistas relacionados à exposição ao benzeno.

Os resultados do estudo serão apresentados na forma de um relatório técnico, assegurando o sigilo da identidade de todos os participantes.

POR CRISTIANE COLLICH SAMPAIO