Por Denise de
Almeida
O universo das motocicletas, que já foi exclusivamente masculino, está
cada vez mais cor-de-rosa. De acordo com dados da Abraciclo (Associação
Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas
e Similares), atualmente no Brasil uma em cada quatro motos novas vendidas são adquiridas por pessoas do sexo feminino. O número de mulheres habilitadas a andar de
moto sobe ano a ano e já ultrapassou a
casa de 4,5 milhões de mulheres com CNH (Carteira Nacional de Habilitação) de categoria A.
Alternativa ao caótico transporte público e ao trânsito das grandes
cidades, a motocicleta também oferece
sensação de liberdade e independência a esse novo tipo de consumidor que não se contenta mais em ser garupa.
Para se adequar aos novos tempos, as montadoras foram levadas a se
mobilizar e tiveram de repensar seus
produtos e deixá-los mais leves, fáceis de pilotar e com apelos femininos. O diretor da Abraciclo, Moacyr Paes, explica a
preferência delas: "As mais procuradas pelas mulheres são as scooters, que permitem a
condução na posição sentada, e não
montada". Informação confirmada
pelos números de uma concessionária
Suzuki onde, de cada 50 unidades vendidas, 30 são de scooter Burgman, e mais da metade adquiridas
por mulheres.
Mas se engana quem pensa que as motivações param por aí. Para Julie M.,
quanto mais potente a moto, melhor. Criadora do blog de motovelocidade Sussurrando
a 250km/h, ela comenta sobre o preconceito por parte dos homens. "No começo era pior. Quando nos viam em encontros de motos, ficavam
desconfiados e não acreditavam na nossa capacidade. Mas isso passou. Hoje, a grande maioria adora ter mulheres no
grupo.
O mercado mudou tanto que hoje existem até empresas de entregas rápidas
que estão optando por contratar
mulheres: as motogirls. Elas são mais dedicadas e mais cuidadosas, além de serem bastante prestativas. Sem falar
que têm uma aparência melhor por se preocupar
mais com o visual, diz o proprietário da Penélope Express, Diogo Marques.
No universo das competições, as mulheres também começam a conquistar seu
espaço, como a piloto espanhola Ana Carrasco, de apenas 18 anos, que fez história no ano passado ao ser a primeira mulher a competir
numa das três categorias do Mundial de MotoGP, no caso a Moto3.