por Márcia Alves

As chuvas constantes nas regiões produtoras de cana prejudicaram a colheita da matéria-prima utilizada na produção do etanol. "Tem muita cana e as chuvas atrapalharam a colheita e a moagem. Ao contrário do ano passado, quando em meados de novembro muitos tinham parado”, disse o presidente executivo da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), Antonio Cesar Salibe. 

Segundo levantamento da (União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), 56 usinas estão moendo cana num período em que tradicionalmente estariam paradas para manutenção. Na mesma época do ano passado eram 16 as unidades em operação.  Como resultado, a oferta de etanol continua relativamente pequena, o que vem sustentando o movimento de alta dos preços tanto do hidratado como do anidro. Além disso, parte das usinas programou as vendas ao longo da temporada, seja por questões financeiras ou por capacidade de armazenamento.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), o preço do litro subiu 4,1% nas primeiras semanas de janeiro. Já o preço do etanol anidro teve alta de 3,2%, no mesmo período. Com o preço do etanol mais competitivo, as usinas preferiram produzir etanol. Por isso, até dezembro foram produzidos 611,5 milhões de litros de etanol anidro e 1,94 bilhão de litros de etanol hidratado, resultando 2,55 bilhões de litros de biocombustível, volume 8,26% maior que na safra 2014/2015.

Na avaliação de Salibe, o preço do etanol deve recuar apenas a partir de abril de 2016, com o início da próxima safra de cana-de-açúcar. E deve se recuperar mais para frente, ao fim da safra 2016/2017. "Esperamos que o preço do etanol seja melhor que este ano e ao menos remunere a produção", disse.