Apesar de a revenda de combustíveis apresentar tradicionalmente alta
rotatividade de mão-de-obra,rolex replica há indícios significativos de que o setor está
encerrando postos de trabalho.

À primeira análise, é possível creditar o fato a reflexos da crise nacional,
que vem afetando,rolex replica watches em maior ou menor grau, todos os segmentos da economia. Mas,
ainda que estes prejudiquem os postos, são apenas um peso a mais no “rolo-compressor”
que nos últimos anos vem achatando a rentabilidade dos estabelecimentos e, como
consequência, mais recentemente, provocando demissões.

Levantamento realizado pelo Sincopetro mostra que 85% dos postos pesquisados
em sua base territorial já dispensaram
rolex replica uksans-serif;">ao menos um empregado no
primeiro semestre deste ano. Os dados da pesquisa revelam que entre janeiro e
junho de 2015, nos 1 316 postos consultados, houve dispensa de 710 trabalhadores.
Isso representa queda de 3,87% no número
de empregados. A projeção feita pela
entidade para o estado de São Paulo
, no qual estão instalados 8,3 mil
postos aproximadamente,

aponta para retração de 7,14% no mercado de trabalho, ou seja, a dispensa de
8,3 mil trabalhadores no período.

O presidente da entidade, José Alberto Paiva Gouveia, admite que a
redução do
número de
empregados pode prejudicar o atendimento, que é um
elemento importante na conquista e fidelização do cliente. Porém constata que,
“dada a considerável evolução dos custos do segmento, a pressão da concorrência
sobre as margens de revenda e o elevado peso da folha de pagamento, demissões
acabam por se tornar inevitáveis, infelizmente”.

Receita e folha de
pagamentos

Tomando por base
a margem média bruta de revenda de R$ 0,35/litro, independente
do combustível, um posto que vende 150 mil litros obtém um total de R$ 52,5 mil
ao final de um mês. Para realizar essa venda ele possui 11 funcionários. Levando
em conta os salários médios pagos pelo mercado paulista, mais encargos e
benefícios, a folha de pagamento não será inferior a R$ 34.363,23. Isso se o
posto não funcionar após as 20h (e, portanto, se não tiver de pagar o adicional
noturno). Fazendo as contas, sobra de lucro bruto, ao final do mês, R$ 18.136,77.

Com
esse lucro bruto – que parece ser muito elevado, mas não é – os revendedores
terão de honrar o pagamento de aluguel, contador, luz, água (dois itens que
tiveram elevação este ano), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), seguro,
Imposto de Renda, laudos, licenças, autorizações, taxas de cartões (de crédito,
de débito e de controle de frotas) etc.

E todos esses valores, quando somados, não são absolutamente
desprezíveis no momento de fazer as contas.

O peso dos cartões

Ao analisar os cartões, as taxas médias cobradas por administradoras de
cartões de crédito e de outros cartões, como
Ticket Car, Good Card e Sem Parar, é
de 2,6% sobre o valor total das vendas, sem considerar aqui o custo financeiro
do prazo para recebimento do pagamento (que varia de 31 a 42 dias, dependendo
do cartão). Atualmente no estado, 70% das vendas dos postos são realizadas por
meio de cartões.

Voltando
às simulações dos custos dos postos com galonagens de 150 mil litros, o valor
médio gasto para pagar a despesa com cartões será de R$ 6.549,27.

Com
essa despesa, o lucro bruto desse posto cai para R$ 11.587,50, levando-se em
conta, apenas, custo de folha de pagamento e cartões, como demonstrado na
tabela.

Posto de 150 mil
litros



















Lucro
bruto mensal (média)



R$
52.500,00



Folha
de pagamento



- R$ 34
363,23



Custo
de cartões



-
R$ 6.549,27



 



R$ 11.587,50


Alguém
poderia dizer que os postos aceitam cartões porque querem; ninguém os força.
Mas isso não é verdade: o mercado os obriga, como, no passado,
os obrigava a aceitar cheques (apesar da falta de
segurança dessa forma de pagamento, com alto nível de inadimplência). Não
aceitar cartões, hoje, significa não vender.

Taxas, certidões,
licenças etc.

Porém a lista de custos fixos não para por aí. Há um sem-número de
exigências municipais, estaduais e federais de diferentes órgãos que precisam
ser cumpridas (e pagas). E, ainda que a validade desses documentos não seja
uniforme, cada posto tem de ficar atento à data de vencimento e reservar
mensalmente valores para o pagamento.

No caso de taxas municipais, os valores variam de município para
município. Também é preciso levar em conta que o custo de parte das exigências,
independente da esfera pública, não é fixo, sendo determinado por metro
quadrado, por exemplo.

Outro item que pode levar à descapitalização total de postos se refere a
despesas com remediação ambiental e multas nesse campo. A partir de meados de
junho
, a
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) iniciou ofensiva contra
postos que estão efetuando a remediação de passivo ambiental, aplicando multas
em diversos estabelecimentos. Além de ter de arcar com os altos custos de recuperação de áreas contaminadas, que, além disso, é um
trabalho que pode se estender por anos, de acordo com informações do
Sincopetro, alguns postos estão recebendo multas em valores que superam os R$
100 mil!

Margens em queda

Entre janeiro e junho, de acordo com os dados do Sistema de
Levantamento de Preços (SLP) da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), houve queda nas margens da revenda com relação à
gasolina e elevação nas do etanol e do diesel (que são inferiores às da
gasolina).

Em
agosto, no entanto, à exceção da do etanol, que se manteve praticamente
estável, tanto a margem da gasolina quanto a do diesel caíram para valores
inferiores aos registrados em janeiro deste ano, como mostrado na tabela.

Margens da Revenda –
SP (R$/l)

 (Média mensal)



























Produto



Janeiro/2015



Junho/2015



Agosto/2015



Gasolina



0,411



0,404



0,387



Etanol



0,290



0,365



0,336



Diesel



0,303



0,312



0,289


Fonte: Sistema de
Levantamento de Preços (SLP/ANP)

E mesmo
que a crise econômica do país ainda não tenha se manifestado de modo dramático
no movimento dos postos, especialmente no que toca o etanol, o fantasma da queda
nas vendas assombra o setor e acaba por acirrar a concorrência – seja entre os
postos, seja entre as companhias, geralmente por meio dos postos – que, por sua
vez, acaba por reduzir os preços de venda, pelo achatamento do lucro bruto do
elo final da cadeia de comercialização, antes do consumidor: o posto de
serviços.

O que fazer?

A resposta a essa pergunta não é simples. Todavia, investir na redução
de custos pode amenizar a situação, embora, não raro necessite de
investimentos. Uso de energia solar e eólica e substituição das lâmpadas comuns
por luminárias LED são soluções que podem praticamente zerar os custos com
energia elétrica no futuro. Uso de dispositivos para controle de vazão de água
em chuveiros, vasos sanitários e torneiras pode reduzir a conta de água e
esgoto. Nesse mesmo campo, há os sistemas de captação da água da chuva, de
tratamento de esgotos e os que propiciam o reuso da água de lavagem de
veículos, que podem reduzir em mais de 70% a despesa com água.

Fazer o
levantamento de todos os custos do posto e negociar com fornecedores de
produtos e serviços também tende a gerar economia surpreendente.

A
criatividade para fazer do posto um ponto de múltiplas vendas, aumentando o
movimento no estabelecimento e procurando incrementar a rentabilidade por metro
quadrado é outra opção que deve ser levada em conta e que pode manter os
empregados e até ampliar o número de postos de trabalho.

Entretanto, há um elemento de grande importância para o revendedor,
especialmente nesse momento de economia “delicada”, conforme sublinha o
presidente do Sincopetro: conhecer bem os custos do posto e calcular a margem
necessária para cobri-los, oferecendo produtos, serviços e atendimento de
qualidade para, com isso, garantir a fidelização dos clientes. “Aviltar seus
preços de venda, com o enxugamento de sua margem para ampliar vendas e fazer
frente à concorrência, não irá garantir antigos e novos clientes e a
lucratividade necessária para manter o padrão do posto”, resume.

Gouveia acrescenta
que o sindicato está buscando soluções para os graves
problemas que, particularmente
neste momento, cheap rolex replicaafetam a vida financeira dos revendedores e convida a todos a
fazerem sua parte nessa luta, que “não é só do Sincopetro, é da categoria”.
(Por Cristiane Collich Sampaio)