Esses dados foram
divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP), durante o IX Seminário de Avaliação do Mercado de Derivados de Petróleo
e Biocombustíveis, realizado em março, no Rio de Janeiro (RJ).

Também em 2013,
o aumento das vendas de combustíveis, de 5% em relação a 2012, foi maior do que
o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,3% no período. De acordo com
informações da agência, no ano passado o etanol teve desempenho em muito
superior ao de 2010 e de 2011, períodos em que perdeu significativo espaço para
a gasolina C. Entre 2012 e 2013, no entanto, o aumento no volume de etanol comercializado
foi de 9,8%, enquanto que o de gasolina C foi de 4,2%, refletindo o crescimento
da frota de veículos leves e a perda de vendas para o etanol hidratado.
Com a elevação do percentual
de etanol anidro na gasolina A, de 20% para 25% em maio de 2013, a demanda pelo
anidro teve expressivo crescimento, fechando o ano com aumento acumulado de
22%. Ainda segundo os dados do órgão regulador, a soma do etanol anidro e
hidratado teve elevação de 15,2% no ano passado, em comparação com os
resultados de 2012.

No mesmo
período, houve crescimento de 4,6% na comercialização do diesel e de
5,9%
na de biodiesel, porém
as vendas de GNV caíram 3,7%, registrando o pior
resultado de 2013 entre os produtos automotivos. O ano que passou também foi
marcado pela aceleração do consumo do óleo diesel com baixo teor de enxofre. Em
2010, quando o S50 foi lançado, respondeu por apenas 5,3% das vendas totais de
diesel. Em 2012 o S50 representou 8,9% do total; já em 2013, as vendas do S10
(que substituiu o S50) saltaram para 19%.

Algumas explicações

O expressivo desempenho
do etanol hidratado em 2013 merece alguns esclarecimentos. A redução da carga
fiscal federal – com a desoneração do PIS e da Cofins incidentes sobre a
produção e a distribuição do produto, anunciada em abril de 2013 – permitiu que
o etanol se tornasse mais atrativo que a gasolina em estados de grande consumo,
como Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.

Por outro lado,
a redução da carga tributária acabou por beneficiar as empresas idôneas, que
ganharam competitividade perante outras, que sonegavam esses tributos. Outro
fator a ser considerado nessa análise foi a ação dos estados no combate às
irregularidades do mercado, aliada a campanhas de fiscalização mais eficazes
por parte da ANP.

De acordo com
dados do Balanço 2013 do Sindicom (sindicato nacional das distribuidoras),
esses elementos explicam a elevação das vendas das distribuidoras filiadas –
Alesat, BR Distribuidora, Ipiranga e Raízen, que juntas correspondem a cerca de
80% do mercado brasileiro – em índices acima dos divulgados pela ANP. As
empresas ligadas à entidade registraram aumento de 5,7% nas vendas de
combustíveis em geral e de 22,1% nas de etanol hidratado, contra os percentuais
de 5% e 9,8%, respectivamente, divulgados pela agência.



















Conforme
avaliação do Sindicom, a tendência é que o mercado continue aquecido também
este ano.