por
Denise de Almeida
Em
tempos de entrega de declaração de Imposto de Renda é bom ficar atento aos
detalhes, já que, segundo o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, o banco de dados do órgão está cada vez mais
completo. Ele afirma que, hoje, graças à
base do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), o acesso aos dados das
empresas não se limita ao âmbito federal, e a troca de informações pode
acontecer também entre os fiscos estaduais e municipais. Com isso, a fiscalização deve se tornar mais
efetiva e o risco de falhas, como o não
pagamento de tributos ou não implantação de sistemas obrigatórios, poderão gerar multas e até processos judiciais.
Alerta
Para
facilitar o entendimento deste novo sistema, a Federação do Comércio do Rio de Janeiro
(Fecomércio-RJ) veio, ao longo do último ano,
alertando os empresários sobre a nova
tecnologia usada pela Receita Federal.
Por meio de um ofício que tem circulado livremente na web, o
diretor-secretário da entidade, Nathan
Schiper, destaca que este sistema é um
dos mais modernos e eficientes já construídos no mundo.
Segundo
a entidade, a Receita Federal dispõe, hoje, de um supercomputador que leva o nome de T-Rex
em referência ao devastador Tiranossauro
Rex e do software Harpia em alusão à ave de rapina mais poderosa do
país. Ambos teriam a capacidade de
aprender com o comportamento dos
contribuintes para detectar irregularidades.
Depois
de completamente implantado, o programa terá
a capacidade de cruzar todas as informações que envolvam CPF (Cadastro de
Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) com cartórios, para checagem de bens imóveis; com Detrans, para apuração de propriedade de veículos; e com bancos, para cruzamento de dados sobre
cartões de crédito e débito e quaisquer movimentações financeiras.
E
isso não deve demorar muito. No documento, Schiper destaca que, além das operações já rastreadas folha de
pagamento, FGTS, INSS e IRRF , a Receita passa a cruzar também as de compra e
venda de mercadorias e serviços,
incluindo itens básicos, como luz, água e telefone. Tudo através da Nota Fiscal
Eletrônica. Serão examinados dados
municipais, estaduais e federais, tornando praticamente impossível qualquer
sonegação ou até mesmo preenchimento errôneo de formulários. E a fiscalização deverá incidir sobre os
últimos cinco anos, afirma.
A
Fecomércio entende também que o Fisco tem como alvo as pequenas empresas, as quais,
apesar de contribuírem com meros 6% da arrecadação nacional, correspondem a 70% das empresas
brasileiras, e têm elevado nível de
informalidade. E recomenda aos
empresários que promovam a revisão dos procedimentos e controles contábeis e
fiscais praticados nos últimos cinco anos, já que, seja por meio da nota fiscal
eletrônica ou do sistema Sped, hoje a Receita
Federal tem diversos meios para acompanhar a movimentação financeira das
pessoas e empresas.