por Márcia Alves

Com um contrato firmado com a Petrobras pelos próximos cinco anos e investimentos da ordem de R$ 10 milhões, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) deverá pesquisar novas tecnologias de proteção anticorrosiva em tanques, dutos, estruturas e equipamentos. O trabalho será realizado pelo Laboratório de Corrosão e Proteção (LCP), considerado um dos mais avançados do mundo na área.

Segundo a responsável pelo LCP, Zehbour Panossian, existem diversos estudos sobre corrosão envolvendo petróleo e seus derivados, inclusive em outros países. Mas a literatura disponível sobre biocombustíveis ainda é escassa no país. A pesquisadora acredita que os motivos sejam a entrada recente desses combustíveis no mercado, a ampla diversidade das características físico-químicas e a grande variedade de fontes e processos produtivos.

"O petróleo, seus derivados e os biocombustíveis apresentam propriedades químicas e físicas muito diferentes entre si. Por isso, o estudo da corrosividade é um desafio”, explica Anna Ramus Moreira, pesquisadora do LCP. Segundo ela, as soluções de proteção anticorrosiva desenvolvidas em outros países são adotadas no Brasil, muitas vezes, sem que se tenha estudado a adequação para as nossas condições climáticas.

"Os combustíveis convencionais não se misturam com a água, o que facilita a execução de ensaios. Já o etanol se mistura de modo homogêneo. Por esse motivo, e como o etanol é corrosivo, é necessário realizar ensaios de maior duração para a obtenção de resultados", afirma.

Uma das missões do laboratório será identificar quais parâmetros precisam ser analisados para que durante a produção de biocombustíveis o produto final seja menos corrosivo. Para tanto, o IPT criou várias frentes de trabalho com estudos paralelos. As causas da variabilidade do etanol, por exemplo, serão estudas por meio de ensaios eletroquímicos, de corrosão sob tensão, de envelhecimento etc.