por Márcia Alves

Na mídia, nas passarelas, nas revistas, para onde quer que se olhe, lá está o ideal de beleza perseguido pela maioria das mulheres. Independentemente de idade ou classe social, todas querem o corpo magro e perfeito. “Massacradas pelo modelo imposto pela mídia, algumas pessoas destroem sua auto-estima e sua saúde física e mental”, diz o psiquiatra Augusto Cury, criador do termo PIB (Padrão Inatingível de Beleza).

Para ter um corpo magro, algumas mulheres são capazes de grandes sacrifícios. Uma pesquisa realizada pela revista Fitness levantou que as mulheres norte-americanas preferem sacrificar um ano de sexo em troca de um corpo mais magro.

Mas, segundo Augusto Cury, a ditadura da beleza – a maior ditadura de todos os tempos, a seu ver –, faz muito mal à saúde. Entre os diversos males, ele aponta a ansiedade, sintomas psicossomáticos (como dores de cabeça e musculares, queda de cabelos, gastrite etc.), e em casos mais graves, depressão, transtornos alimentares (como anorexia nervosa e bulimia), vigorexia (necessidade de malhar compulsivamente) e até suicídio.
Para emagrecer, anoréxicos geralmente usam técnicas como dietas radicais, jejuns de até uma semana, exercitam-se em excesso e, às vezes, podem forçar o vômito para assimilar menos calorias, tomar laxantes e diuréticos. “Transtornos alimentares como anorexia e bulimia tendem a crescer por causa da moda”, afirma Táki Cordás, professor do departamento de psiquiatria da USP.

Mas, algumas mulheres fogem à regra e se aceitam como são. A cantora Preta Gil, por exemplo, escreveu em seu blog que já fez dietas malucas, lipoaspiração, ingeriu remédios, mas nada a deixou mais feliz. “Aprendi na vida que não existem mulheres gordas e, sim, mulheres reais e possíveis. A felicidade só veio quando percebi que ser magra não é sinônimo de felicidade! Hoje, tenho certeza que meu discurso está ganhando força mundo afora", disse.

A escritora portuguesa Tania Rocha acredita que enquanto as mulheres estão mais preocupadas com a beleza, os homens preferem o poder. Portanto, conclui que o modo de vida masculino pode servir de exemplo ao público feminino. “Com a magia do poder absoluto, eles podem se dar ao luxo de envelhecer, estar sempre acima do peso ideal e nem se abalam quando os cabelos brancos aparecem junto com as primeiras rugas. Afinal, quem tem poder precisa ser belo?”, define.