por Márcia Alves

Homens e mulheres têm características distintas no ambiente de trabalho. Enquanto os homens são focados e competitivos, as mulheres são capazes de realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo e ainda prestar atenção ao que acontece ao seu redor. De acordo com o presidente da Empreenda, empresa de consultoria, nunca a sensibilidade feminina foi tão valorizada no mercado de trabalho.

Ele observa que algumas características do universo feminino que, de forma preconceituosa, eram consideradas fraquezas, como impulso para se acomodar às situações, sensibilidade para a necessidade dos outros, preocupações comunitárias etc., se tornaram vantagens no mundo corporativo atual.

Segundo o consultor em treinamentos e vendas, Onofre Rodrigues Filho, diretor da Quality Consulting, a evolução das mulheres no mercado de trabalho pode ser explicada tanto pela visão holística que possuem, quanto pela capacidade de administrar o lado emocional das situações. “Elas são muito mais empáticas e se colocam no lugar dos clientes e subordinados com grande facilidade”, diz.

A sensibilidade feminina tem sido valorizada em muitas profissões, algumas, inclusive, antes exercidas apenas por homens. Um estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) a partir de dados do IBGE nos últimos 30 anos, constatou que a participação das mulheres está avançando em algumas atividades.  Nos anos 80, menos de 5% dos advogados e médicos eram mulheres, e, atualmente, elas são quase metade dos trabalhadores dessas áreas.

Entre os economistas, as mulheres representavam 18%. Número que subiu para 76% na última pesquisa. Já na área de engenharia, a presença masculina continua majoritária, mas a participação das mulheres subiu de 5% para 10%. A pesquisa ainda constatou a disparidade de salários entre pessoas do sexo masculino e feminino. Há 30 anos, uma mulher ganhava, em média, 33% menos que um homem exercendo o mesmo cargo. Hoje essa diferença caiu para 16%.

Para Barbara Palmero, diretora da Óctuplos Desenvolvimento Humano, a tendência para o futuro inclui mudanças importantes. “As mulheres são a maioria demográfica nas universidades e no desempenho acadêmico no mundo de um modo geral. Elas irão ocupar, portanto, cargos de comando cada vez mais complexos porque estarão tecnicamente melhor preparadas”, avalia.

Mulheres nos canteiros de obras

A construção civil, agora também já conta com a presença feminina. Informações do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que somente no intervalo entre 2007 e 2009, o número de mulheres contratadas nas empresas da construção cresceu 44,5%. De 119,5 mil mulheres que trabalhavam no setor em 2007, houve um salto para 172,7 mil, em 2009.