por Cristiane Collich Sampaio


 


O processo de remediação de uma área contaminada, além de demorado, é também complexo e caro. Assim, todos os cuidados devem ser tomados para evitar a ocorrência de vazamentos e outros incidentes que possam resultar em contaminação do solo e águas, pois, como diz o dito popular, “é sempre melhor prevenir do que remediar”.


Mas se engana quem pensa que tais acidentes são causados exclusivamente por vazamentos em tanques e tubulações; nos postos, há várias outras situações que podem ter efeitos semelhantes. 


Conforme adverte o engenheiro Fábio Luis Covre Coimbra, diretor da CMA Engenharia Ambiental, não basta o revendedor contratar uma empresa especializada e obter a licença de operação junto ao órgão ambiental do estado para estar livre do problema. “A atividade dos postos e de instalações similares é potencialmente poluidora, mas a correta operação e a constante manutenção do sistema podem reduzir os riscos”.


A CMA foi criada em 1999. A partir de 2005 essa empresa paulista se especializou em avaliação de passivo ambiental e remediação de áreas contaminadas em postos de abastecimento, com mais de 800 clientes atendidos nesse setor, além de outros, em ramos como o imobiliário e o industrial, em diferentes estados do país.


 


Pontos a observar


 


É com base nessa experiência que a CMA aponta alguns cuidados para prevenir acidentes. Em primeiro lugar, recomenda ao revendedor o acompanhamento de trabalhos realizados dentro do posto, em que haja possibilidade de vazamento de combustível, como o teste de estanqueidade. Outro cuidado é evitar a entrada de água no tank sump; além de oxidar seus componentes, com o tempo isso compromete sua estanqueidade, o que pode gerar a contaminação do combustível.


A caixa separadora óleo/água, as caixas de passagem, tubulações e canaletas são pontos que também requerem atenção. É preciso mantê-las limpas para impedir transbordamentos, mas a limpeza tem de ser cuidadosa, para não causar avarias estruturais e rachaduras.


O diretor da CMA destaca a necessidade de supervisão na descarga de combustíveis, pois “o manuseio incorreto das mangueiras e bocais pode ocasionar derramamento, danos à boca de descarga e, ainda, aos “cotovelos”, quando se tratar de descarga à distância”. Também recomenda limpar o spill containment após cada descarga, a fim de prevenir danos no anel de borracha (quando houver). O mesmo cuidado é válido quanto às flanges de vedação dos sumps da caixa de inspeção, das bombas e do filtro de óleo diesel, pois podem perder eficiência.


Fábio Coimbra ressalta, ainda, que é essencial acompanhar o teste de estanqueidade em tanques e linhas novas antes da primeira descarga de combustível, pois “a ocorrência de alguma falha na montagem e instalação, pode ocasionar vazamentos”.