por Márcia Alves
Eles são especialistas em lidar com tecnologia, usam mídias sociais com facilidade, sabem trabalhar em rede e estão sempre conectados. Esse é o perfil dos jovens nascidos nos anos 80 e 90, contemporâneos da revolução digital, mais conhecidos como geração Y. Até 2025, eles representarão 44% da população economicamente ativa no mundo, segundo estudo realizado consultoria Booz Allen.
Classificados como os consumidores do futuro, os membros da geração Y são hoje estudados por diversos segmentos produtivos, que querem entender os seus desejos. Uma pesquisa da Bridge Research descobriu que eles possuem uma nova forma de ver e atuar no mundo e novos valores e comportamentos desenvolvidos a partir da integração da tecnologia ao cotidiano, uma vez que cresceram jogando videogame e ouvindo música na internet.
O estudo foi baseado em entrevistas com mais de 600 jovens de quatro grandes centros brasileiros, entre 18 e 30 anos das classes A, B e C, em que foram analisados comportamento, visão do mundo, perfil de consumo etc. (veja quadro). A pesquisa mostra que embora existam semelhanças comportamentais entre seus integrantes, há diferenças que são determinadas pelo poder aquisitivo e o nível social. Isso pode ser verificado nos resultados pela análise dos locais de compra, frequência das viagens e de consumo, posse de itens de conforto e velocidade de acesso a novidades.
A idade também faz grande diferença. Os nascidos entre 1978 e 1980 apresentam mais responsabilidade, maior estrutura de gastos, dão maior valor à visão da família e aos estudos. Os que nasceram entre 1990 e 1995, estão mais atrelados aos valores da geração Y: têm menor estrutura de gastos e maior envolvimento com tecnologia e inovação.
Para o publicitário César Paz, a geração Yahoo está realmente prestes a assumir o poder de compra. Muito em breve e de forma crescente, talvez em cinco anos no máximo, veremos a maior revolução de comportamento da história recente do consumo. Milhões de mentes formadas na interação com o mundo virtual passarão a consumir compulsivamente dentro de uma nova lógica de estímulos e interesses, diz.
Ele prevê que haverá novas marcas, produtos com menor ciclo de vida e negócios que serão moldados conforme o desejo dessa geração em formação. Uma geração mais identificada com produtos de nichos do que com o consumo de massa, mais influenciada pelo youtube do que pela Rede Globo, resume.
Perfil dos Ys
Vida profissional: o trabalho é sinônimo de dinheiro, estabilidade financeira.
Comunicação: pouco a pouco, a geração Y está se afastando do hábito de comprar e ler jornais, substituídos sumariamente pela tevê e internet.
Dinheiro: é resultado do trabalho e significa independência e estabilidade.
Consumo: não são apegados às marcas e têm foco no resultado que a compra produz.
Atendimento: a demora é a principal reclamação. Uma das contradições é que a geração Y não recorre à internet na hora do atendimento, porque não tem paciência para escrever, enviar e aguardar a solução por e-mail.
Fonte: Portal PEGN