por Denise de Almeida


 



As duas grandes fusões ocorridas no setor sucroenergético brasileiro (Shell/Cosan e ETH/Brenco) no último período foram vistas com bons olhos pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entidade que representa os principais produtores de açúcar e etanol de São Paulo e região centro-sul do país, os quais respondem por 60% da produção brasileira de etanol.


Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, não acredita na concentração de mercado e afirma que as incorporações e fusões – num primeiro momento, resultado da crise econômica que gerou efeitos negativos para o mercado –, só veio consolidar uma tendência mundial.


“A entrada da Shell em nosso mercado, por exemplo, pode dar forças para o etanol se tornar uma comoditie mundial e superar os obstáculos que ainda atrapalham o seu crescimento em mercados protecionistas”, observa.


Para o executivo, a união da principal produtora brasileira e mundial de etanol de cana-de-açúcar e detentora das marcas Esso e Mobil no país e uma das maiores empresas petrolíferas do mundo gera escala, eficiência e tecnologia. Esta última graças ao envolvimento na joint venture de duas subsidiárias da Shell, ambas especializadas em tecnologias limpas, e que podem contribuir no desenvolvimento do etanol de segunda geração.


Pádua ressalta que, mesmo com as transações que envolvem multinacionais, como é o caso da Shell, a presença do capital brasileiro continua fortemente majoritário no setor sucroenergético. “As parcerias abrem uma perspectiva importante e positiva para a expansão da presença global do etanol brasileiro”, resume.