por Márcia Alves


O movimento de concentração no segmento da distribuição de combustíveis não assusta as pequenas e médias empresas do setor. “As distribuidoras regionais conhecem melhor as características das regiões em que atuam e, por isso, praticam uma relação comercial mais próxima com os revendedores e com o público consumidor”, afirma Ricardo Menezes, vice-presidente e diretor institucional do Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis (Brasilcom).


Para ele, em um país de dimensões continentais como o Brasil “há espaço para todos” no mercado de distribuição, e ainda que as grandes empresas predominem, as regionais, acredita, permanecerão como o “fiel da balança”.


O diretor do Brasilcom lembra-se que até pouco tempo as seis maiores empresas de distribuição respondiam por aproximadamente 75% do mercado. Hoje, essa concentração aumentou, pois o mercado passou a ser dominado por três grandes grupos: BR; Ipiranga-Texaco; e Cosan-Esso-Shell. Depois dessas, apenas a Ale se destaca no grupo das médias, seguida pelas regionais.


Entretanto, Menezes avalia como natural essa tendência de concentração no setor, até porque o movimento não é exclusivo da distribuição, já que atinge outros segmentos da economia. Ele não descarta a possibilidade de as empresas regionais também se fundirem, embora nenhum caso tenha sido confirmado até agora.


O lado positivo, a seu ver, é que o setor passou a ser visto com bons olhos pelas grandes empresas, que trarão novos investimentos. Passada a fase inicial de alguma incerteza e instabilidade, então ele acredita que as perspectivas apontam para um cenário promissor. “O mercado mostra-se mais maduro, regulamentado e otimista com o setor de distribuição de combustíveis”, diz.


Menezes observa que há duas maneiras de enxergar a concentração na distribuição. Para os pessimistas, a situação representa um retrocesso, com a volta ao desenho de mercado parecido com que o havia no período anterior à abertura. Para os otimistas, se traduz em mais oportunidades de negócios, crescimento e investimentos. É neste último grupo que o Brasilcom se encaixa, segundo ele. “Creio que nesse cenário, as características de agilidade e proximidade com os clientes, que são peculiares ao trabalho das distribuidoras regionais, serão ressaltadas”, analisa.