por Márcia Alves
O Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) elaborou algumas dicas valiosas para situações como essa:
Caso o motor morra durante a travessia, jamais tente dar a partida, mantenha-o desligado e remova o veículo até uma oficina. Diante da possibilidade de admissão de água, essa prática reduz o risco de danos ao motor por um calço hidráulico.
Observe a altura do nível de água do trecho alagado. A maioria das montadoras estabelece uma altura máxima para essas travessias, não podendo exceder o centro da roda.
Durante o alagamento, é mais prudente que o veículo seja dirigido em baixa velocidade, mantendo uma rotação maior e constante ao motor, em torno de 2.500 RPM. Isso evita a contaminação de componentes eletroeletrônicos, além de melhorar a aderência e a dirigibilidade.
No caso de veículos equipados com transmissão automática, a troca de marchas deve ser feita manualmente, selecionando a posição 1. Outra possibilidade é alternar, manualmente, a troca de marchas entre N e 1, de modo a manter a velocidade baixa durante o trecho alagado.
Alguns veículos automáticos oferecem como opcional o ajuste da tração, conhecido como Winter ou Snow. Embora sua função seja a de conferir maior segurança durante trechos de baixa aderência, também deve ser utilizado durante alagamentos, pois beneficia o controle da velocidade e da rotação do motor.
Mantenha a calma nos casos em que, durante a travessia, sejam constatados sintomas como o aumento de esforço ao esterçar (direção hidráulica), variação na luminosidade das luzes do painel de instrumentos, alertas sonoros, flutuação dos ponteiros, luzes de anomalia da injeção eletrônica, bateria e ABS (se disponível) acesas, aumento do esforço ao acionar os freios e interrupção do funcionamento da tração 4 X 4 (veículos diesel). Todo esse quadro é causado, provavelmente, pela perda de aderência entre a correia auxiliar e as respectivas polias da bomba da direção hidráulica, alternador e bomba de vácuo (veículo diesel), que não impedem a dirigibilidade.
É recomendado desligar o ar condicionado, reduzindo assim o risco de calço hidráulico. Essa prática impede que alguns componentes joguem água na tomada de ar do motor. Redobre a atenção no caso de veículos rebaixados e turbinados, que apresentam maior risco de calço hidráulico.
Veículos com tração traseira ou mesmo 4 X 4 podem sofrer a contaminação do cânister, do óleo da transmissão e do eixo diferencial, o que determina a redução da vida útil dos componentes desses conjuntos, além de riscos acentuados de falhas na embreagem, suspensão e freios.
Havendo travessias consecutivas de alagamentos, recomenda-se uma limpeza do sistema de ventilação, pois estará sujeito à contaminação por fungos, microorganismos e bactérias, demandando limpeza de todo o sistema para a utilização segura.