por Cristiane Collich Sampaio


 


Os postos de serviços vêm passando por uma verdadeira revolução de conceitos, que cada vez mais os distanciam da velha imagem do “posto de gasolina”. O que se vê é que as tecnologias de ponta aplicadas a materiais de construção e equipamentos, embora por vezes tenham custo inicial mais elevado, geram economia no longo prazo ou por serem mais eficientes, ou mais duráveis e de fácil manutenção ou, ainda, por apresentarem baixo consumo de energia elétrica e água.


Para Sergio Calvet, coordenador de Imagem da Gerência de Gestão de Tecnologia (Gtec) da BR Distribuidora, “todas essas inovações buscam reduzir custos de manutenção e simplificar a aplicação, seguindo preceitos de sustentabilidade, tanto no processo produtivo quanto na permanência dos materiais em uso e na facilidade de reciclagem quando forem substituídos”.


 


Materiais e técnicas de construção


 


Ele diz que, na construção de postos, a companhia está avaliando o uso da tecnologia steel frame. As paredes são feitas com estruturas pré-fabricadas: molduras de aço preenchidas com painéis e placas do tipo dry wall, de gesso acartonado. Segundo Calvet, “isso alia rapidez de montagem e maior controle dos custos da obra, pois todos os materiais são previstos no projeto”. Mas ele ressalta que essas soluções ainda não estão disponíveis para todos os locais do Brasil e, por isso, sua aplicação está sujeita a avaliação prévia, caso a caso, da relação custo x benefício.


Soluções como essa também estão sendo adotadas pela Ipiranga. No posto ecoeficiente da distribuidora, inaugurado em maio deste ano em Porto Alegre (RS), a seleção de materiais privilegia os de menor impacto ambiental sob todos os ângulos. Além de aplicar sistemas como os citados por Calvet, a Ipiranga preconiza o uso de tintas a base de água e madeira certificada. Na cobertura da ilha de abastecimento do posto gaúcho foi utilizada estrutura metálica single deck – um sistema de montagem sem solda, no qual a telha faz o papel do forro –, que reduz sensivelmente a quantidade de material empregado, em comparação aos métodos tradicionais. Segundo informações da empresa, os sistemas steel frame e single deck, que são compostos por material 100% reciclável, ainda permitem desmontagem rápida e reutilização em outro local.


Já o gerente de Engenharia e Meio Ambiente da ALE, Tadeu Borges, opina sobre a confecção de testeiras e acabamento de pisos e paredes. “Externamente, optamos pela pintura sobre massa texturizada, que resiste bem a intempéries”, diz, acrescentando que o uso de cerâmicas, em paredes expostas a poluição e agressões climáticas, está caindo em desuso. Para o revestimento de pisos, em áreas com tráfego de veículos, como boxes de lavagem e lubrificação, a ALE continua apostando no porcelanato rústico.


 


Durabilidade e fácil manutenção


 


Na avaliação do executivo da BR, o desenvolvimento de novas máquinas de impressão e vinis adesivos de alto desempenho vem permitindo a substituição de outros materiais de acabamento. “Hoje já é possível aplicações de adesivos com acabamento semelhante a madeira ou cerâmicas, com ganhos de rapidez e limpeza na aplicação.” Nas reformas ou nas migrações de imagem, ele diz que esses produtos têm sido a opção mais apropriada. Para pisos de uma forma geral, os revestimentos antiderrapantes, duráveis e, ainda, que necessitem pouco volume de água na limpeza, têm sido determinantes nas escolhas.


Para as testeiras, um novo produto composto de alumínio – conhecido como ACM – e as mantas vinílicas, com aplicação de películas adesivas, estão em alta. Por contar com pintura eletrostática de fábrica, as de ACM revestido têm grande durabilidade, com vida útil estimada em mais de 10 anos, além de serem leves, anti-pixação e fáceis de limpar.


Também há importantes inovações voltadas à economia de energia e água e ao tratamento de resíduos. Essas áreas estão passando por drásticas mudanças de paradigma, com a entrada em cena de novos equipamentos, materiais e conceitos de engenharia e arquitetura. Mas esses aspectos, que constituem um capítulo a parte, terão espaço garantido numa próxima edição.