por Márcia Alves


 



Desde o início de abril uma resolução da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autoriza os postos de combustíveis a utilizar o termo “etanol” para identificar o álcool etílico combustível vendido no país. A medida foi adotada por dois motivos: para padronizar a nomenclatura brasileira à utilizada no exterior, ajudando a promover o produto brasileiro em outros países; e também para dissociar o álcool combustível da bebida alcoólica.


O novo termo deverá figurar em todos os atos normativos expedidos pela ANP. Mas, nos documentos fiscais ainda permanecerá a nomenclatura álcool etílico combustível. Embora a resolução não obrigue, mas apenas autorize, os postos a fazer a mudança, alguns revendedores dispostos a adotar o novo nome do combustível temem confundir o consumidor. “Tenho medo que o consumidor veja etanol na bomba e pense que se trata de outro combustível que não o álcool”, disse um revendedor atendido pelo departamento de atendimento ao associado do Sincopetro.


Os revendedores têm mesmo motivos para se preocupar. Uma pesquisa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) revelou que o termo etanol apesar de ser conhecido por quase 80% das pessoas entrevistadas, 40% delas não o associam ao álcool combustível. A Unica, de acordo com seu diretor técnico, Antonio de Pádua Rodrigues, pretende promover um campanha na tevê e em outras mídias para esclarecer o público. Em 2008, a entidade produziu e distribuiu mais de um milhão de exemplares da Cartilha do Etanol, que associa o uso do combustível a outras atitudes de preservação ambiental e sustentabilidade.


Neste ano, a Unica firmou parceria com quatro montadoras de veículos para distribuir cerca de dois milhões de cartilhas aos novos proprietários de veículos. Segundo Rodrigues, a entidade está em tratativa com algumas distribuidoras de combustíveis para que seja feita a identificação do termo etanol nas bombas. Ele informou que Esso está apoiando a iniciativa e será uma das primeiras a aderir à mudança.