por Denise de Almeida


 


Um dos temas mais instigantes, controvertidos e importantes de nosso tempo, a liderança é o fator determinante do êxito ou não de uma empresa, segundo Marcel Scalco, diretor executivo da Scalco Desenvolvimento Empresarial, empresa de consultoria para o desenvolvimento humano.


Com experiência de onze anos no setor de comércio de combustíveis, Scalco, que realiza seminários para revendedores em todo o país, ressalta que sabe da importância da estratégia, da sólida gestão econômico/financeira e da qualidade. “Mas, nada disso acontece sem uma liderança atuante, vibrante e realizadora”, afirma.


Refletindo sobre o estágio atual da liderança nos postos de combustíveis, ele lamenta que os revendedores investem tão pouco ou nada para desenvolver as suas competências de liderança, de seus sócios, gerentes, chefes de pista etc.


Para ele, o ponto de partida é questionar-se: será que o meu comportamento enquanto líder inspira as pessoas? Quando falo com minha equipe percebo seu estado de ânimo mudar? O que tem que ser feito, tem sido feito?


“Apesar de difícil, de requerer muita paciência, tempo e dinheiro, é possível sim desenvolver as habilidades de liderança em alguém que não ‘nasceu’ líder”, garante.


Paralelamente, observar as principais práticas que levam a uma liderança de resultados. “A nosso ver não são mais que sete que, se executadas com disciplina e entusiasmo, garantirão bons frutos a qualquer líder”, diz.


 


I – Clareza: As pessoas não se comprometem com aquilo que não entendem. Portanto, o líder que deseja ver sua equipe comprometida, fazendo o que tem que ser feito, precisa deixar claro quais são os seus objetivos e como realizar as tarefas propostas. Comunicar, comunicar, comunicar, de maneira obsessiva, por todos os meios possíveis.


 


II – Franqueza: À medida que as coisas forem acontecendo o líder deve dar retorno imediato para seus colaboradores. Se tudo saiu como desejado, deve elogiar a equipe. Se as coisas estão aquém do esperado, também deve ser franco e permitir que o indivíduo saiba e tenha oportunidade de mudar.


 


III – Atenção: O líder que não presta atenção em cada indivíduo de sua equipe não a conhece. E, se não conhece, não lidera. Crie um clima amistoso, onde as pessoas sintam-se à vontade para falar de si, da sua vida, das suas dificuldades. Mostre que se importa com seu colaborador e que está à disposição. Tal atitude vai lhe permitir conhecer em detalhes quem é quem na sua equipe, e discernir com maior precisão a hora de aumentar ou diminuir a pressão.


 


IV – Proximidade: A liderança, por definição, requer que os liderados sintam a presença do líder. Presença física mesmo, não a presença inibidora, hiper-controladora ou sufocadora, atitude típica de que não confia. A presença do líder deve ser aquela que conforta, tranqüiliza, pois, o líder é alguém que vive a “pista”, que não fica maior parte do seu tempo no escritório, alheio aos desafios e necessidades do dia-a-dia, como alguém que foge dos problemas.


 


V – Reforço: Ninguém erra por que quer, ninguém sente prazer ao ficar aquém do mínimo necessário. Então, é fundamental que um líder ajude os seus liderados a perceberem a sua capacidade e o seu devido valor. Mostre a cada um a sua importância, valorize suas idéias, enalteça seus feitos, peça ajuda, assim eles perceberão a sua real dimensão. Auto-estima elevada é a chave para a competência. Reforce a auto-estima da sua equipe.


 


VI – Fé: Inabalável. Fé na solução dos problemas. Fé nas pessoas. Fé em si mesmo. Esta postura inspira e dá segurança à equipe, lhes dá a sensação de que nada é impossível, põe os olhos de todos no futuro e as mãos no presente. Acredite e compartilhe suas crenças. Alguém já disse: “sonho que se sonha só é só um sonho; sonho que se sonha junto é realidade”.


 


VII – Celebração: Os melhores líderes são os que conseguem equilibrar, na mesma proporção, cobrança e celebração. Devemos, sim, exigir da nossa equipe, mas, diariamente, devemos fazer pequenas comemorações: a meta batida, o problema resolvido, o desafio superado. De tempos em tempos, diante de fatos significativos, celebre! Fazer festa, realçar as vitórias, não vai tirar a seriedade do trabalho, nunca. Vai, sim, dar a oportunidade de curtir as realizações e, assim, despertar a satisfação do dever cumprido e o desejo de cumpri-lo novamente.