por Márcia Alves


 


Automóveis que circulam pelas ruas da cidade São Paulo, equipados com falso catalisador ou com o equipamento com a vida útil comprometida serão flagrados por monitoramento remoto. Instalado em vias públicas, o aparelho utiliza a tecnologia de raios infravermelho e ultravioleta para medir, em apenas um segundo, os níveis de concentração dos gases emitidos pelo escapamento de automóveis em movimento. O equipamento fotografa o veículo analisado e envia os dados à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que notificará o motorista caso os níveis de poluentes estejam acima do aceitável.


 


"Esse aparelho será capaz de identificar instantaneamente os níveis de hidrocarbonetos (HC), monóxido de carbono (CO) e óxido de nitrogênio (NOx)", explica Carlos Eduardo Moreira, gerente da Umicore, fabricante de catalisadores automotivos. Por isso, ele alerta sobre a importância de verificar se o carro está equipado com o catalisador original e se o produto atende à legislação de emissão de poluentes.


 


Segundo Moreira, um recente estudo da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) apontou que um em cada quatro veículos da frota paulista circula em situação irregular. Na maioria dos casos, os automóveis estão equipados com falsos catalisadores ou com a peça adulterada, ou seja, com o núcleo cerâmico retirado. Isso causa problemas como desregulagem do sistema de injeção eletrônica do veículo, alteração da contrapressão do sistema de escapamento, aumento do consumo de combustível e perda de rendimento do motor.


 


Para a saúde e o meio ambiente os efeitos são igualmente danosos. O catalisador de um veículo zero-quilômetro, por exemplo, converte até 98% dos gases tóxicos do motor em gases inofensivos à natureza. Porém, a má manutenção do motor e o uso de combustível adulterado podem comprometer a sua durabilidade e eficiência na conversão dos gases, levando o carro a emitir até 100% dos poluentes na atmosfera.