por Cristiane Collich Sampaio


 


Há exagero sobre os riscos reais de uma epidemia de febre amarela no Brasil. Todos os casos comprovados da doença mostraram que sua origem era silvestre e que as vítimas não estavam vacinadas. O perigo maior é quando a contaminação passa a de dar na zona urbana.


Em 2007 ocorreram seis casos, cuja contaminação se deu na Região Norte e em Goiás. E de dezembro daquele ano até a metade de janeiro de 2008, 15 novos casos suspeitos foram registrados em Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo. Desses, três foram descartados e apenas três confirmados até meados de fevereiro. As vítimas contraíram o mal durante sua permanência em regiões de mata nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.


De acordo com informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a febre amarela é uma doença grave, que pode levar à morte em pelo menos 10% dos casos. Mas ela pode ser evitada com uma simples dose de vacina, cuja proteção tem início 10 dias após a aplicação e dura por 10 anos.


 


Sintomas e prevenção


 


Ela é causada pelo arbovirus, um microorganismo que, na área urbana, é transmitido pela picada do mosquito aedes aegypti (o mesmo responsável pela transmissão da dengue) e, nas áreas de mata, por espécies silvestres, de controle praticamente impossível. O contágio direto entre pessoas não existe.


Alguns sintomas da febre amarela são semelhantes aos da dengue e de outras doenças menos sérias: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo e hemorragias – de gengivas, nariz, estômago, intestino e trato urinário. A icterícia – caracterizada por coloração amarela na pele e nos olhos – é outro indício. Porém, nas formas mais brandas, pode não se manifestar. Procurar auxílio médico é essencial à sobrevida do paciente.


Mas, uma vez que não existe tratamento específico para a doença, somente para seus sintomas, a prevenção, pela vacina, é o principal remédio. Está disponível, gratuitamente, em todos os postos de saúde do país, conforme anunciado pela Anvisa. Ela pode ser ministrada em indivíduos com idades superiores a seis meses, mas é contra-indicada para gestantes e pessoas com alguma deficiência imunológica, como convalescentes, transplantados e portadores de HIV, que devem procurar orientação médica, e também para os alérgicos a clara de ovo. Nesses casos, a prevenção se resume a evitar áreas de risco e, quando isso não é possível, redobrar o uso de repelentes.


Ela é recomendável para todos os habitantes nas zonas de risco. De acordo com dados da Anvisa, a febre amarela é endêmica na Região Norte e Centro-Oeste e no estado do Maranhão. Os que tiverem de se deslocar para regiões onde há risco de contrair a doença – no Brasil e no exterior –, devem tomar a vacina pelo menos 10 dias antes da viagem.


Mais informações podem ser obtidas nos postos de saúde, em aeroportos e portos e no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br).