Preço de combustíveis no celular é desserviço aos usuários


O U.Find é um guia de localização de serviços que pode ser usado no celular ou no computador. O uso do aplicativo é simples, basta informar o nome da rua e o tipo de serviço que se deseja, entre os quais mapas, rotas, pontos de interesse, restaurantes etc. A utilidade do guia é evidente. Mas, não se pode dizer o mesmo do novo serviço oferecido desde janeiro.


 


Trata-se da comparação de preços de gasolina, álcool, diesel e GNV oferecidos nos postos da cidade São Paulo, a partir da base de dados coletados pela Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para fazer a busca, é preciso digitar o endereço de referência e o tipo de combustível. O aplicativo apresentará uma lista de preços dos postos da região indicada, com as respectivas bandeiras e mapa de localização.


 


Ocorre que o levantamento de preços da ANP não reflete a realidade do mercado. Na lista de estabelecimentos pesquisados semanalmente pela agência, há postos que foram autuados e interditados diversas vezes por vender combustíveis adulterados. Outros, ainda, vendem a preços abaixo do mercado, um claro indício de irregularidade.


 

No ano passado, essa questão foi tema de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, apresentando a opinião do presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouveia, quanto às distorções provocadas pela pesquisa da ANP. Na ocasião, a assessoria da ANP respondeu ao jornal que mantém os postos na lista “porque esses estabelecimentos podem retomar as operações após regularizar sua situação”, acrescentando, ainda, que “eventuais distorções serão corrigidas com fiscalização ou investigações de crimes contra a ordem econômica”. Nada mudou desde então. Mas o problema é que, agora, esses dados nada reais serão um desserviço ao alcance das mãos de qualquer usuário de celular. (MA)