por Cristiane Collich Sampaio


 


Meses depois da divulgação da notícia de que a ExxonMobil pretendia vender seus ativos na América Latina, incluindo os do Brasil, ainda não há nada definido a respeito. Notícias recentes falam de uma nova parceria entre a Petrobras e o Grupo Ultra para a aquisição da fatia brasileira, repetindo a estratégia que logrou êxito na aquisição do Grupo Ipiranga, também por evitar que a Petrobras atingisse participação superior a 50% no mercado.


Se essa parceria se concretizar, a divisão dos postos Esso entre as duas empresas deverá levar em conta restrições como essa, relacionadas a concentração, impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).


Mas, mesmo que a Petrobras desista do negócio, a Ultra pretende continuar no páreo, pois não esconde sua intenção de crescer no ramo da distribuição de combustíveis. Aliás, além da Petrobras e do Grupo Ultra, a Shell que, após uma guinada em suas prioridades, há alguns anos vem procurando resgatar o espaço perdido com a venda de parte de sua rede de postos no Brasil, continua na disputa. Isso sem contar que, de acordo com o zunzunzum que se desenvolve no meio, também a ALE – ex-Alesat, resultado da fusão entre a distribuidora mineira e a potiguar SAT – está na competição.


Até o momento, à exceção da Ultra, nenhuma outra companhia brasileira confirmou publicamente o envio de propostas para a compra dos ativos da Esso, seja no Brasil – onde estes são estimados entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão, segundo o que foi divulgado na imprensa –, seja no restante do continente. E, ao que tudo indica, o destino da tradicional companhia norte-americana só vai ser selado a partir de março, quando, supostamente, se encerrar o prazo para a entrega de propostas.