por Márcia Alves


 


Alvos fáceis da ação de criminosos, muitos postos de combustíveis estão tentando reduzir a vulnerabilidade a assaltos com a utilização de equipamentos e sistemas de segurança idênticos aos dos bancos. Cofres com temporizador, carro-forte para recolher dinheiro, sistema de câmeras, alarme, guarda patrimonial e portas com mecanismo antifurto, são alguns exemplos.Embora não possam acabar com os assaltos, esses dispositivos podem diminuir os prejuízos para os donos de postos.


 


Mas, a utilização de todas essas medidas, na opinião do consultor em segurança, Jorge Lordello, dever ser precedida por uma análise de risco globalizada, para identificar e proteger os pontos vulneráveis do estabelecimento. Ele afirma que essa análise também é feita pelos marginais. “Geralmente, os assaltantes visitam antes o local e até compram algo, para verificar o nível de segurança”. O consultor, que também é ex-policial, conta que realizou uma pesquisa com 1.250 marginais em cadeias e 1.800 vítimas, para entender, basicamente, como os bandidos escolhem seus alvos. A opção pelos postos se dá, segundo ele, pela facilidade de acesso, horário de funcionamento e fluxo de dinheiro. Quanto ao perfil dos assaltantes, apurou que a maioria é jovem, age em grupos de dois a três elementos e não tem organização.


 


Uma dica de Lordello para inibir os assaltos é deixar bem visível todo o aparato de segurança, incluindo o sistema de câmeras, o cofre e a guarda patrimonial. “O marginal pode desistir do assalto se considerar que é grande o risco de ser identificado ou pego”. Para o transporte do dinheiro até o banco, ele aconselha a contratação de carro-forte. Mas, caso o próprio revendedor se encarregue dessa tarefa, orienta que deve evitar rotinas, variando o horário e o percurso, protegendo-se também contra possíveis seqüestros. Outra medida de segurança, segundo ele, é a utilização do cofre boca-de-lobo junto ao caixa. “Os clientes devem perceber que há pouco dinheiro em caixa”.


 


 Marcelo Aoki, gerente da Agaplan, empresa especializada em sistemas de segurança, ensina um truque aos revendedores para evitar que as câmeras de gravação sejam destruídas no momento do assalto, por bandidos que temem ser identificados. Ele sugere que se coloque um “computador burro”, ou falso, ou vídeo quebrado, inclusive com um aviso sobre isso, para enganar os ladrões. Nesse caso, a câmera até poderia ser destruída, mas a gravação já teria sido feita por um computador escondido no posto. Caso o posto opte gravação de imagens remota, realizada externamente por empresa especializada, uma maneira de baratear o serviço, segundo Aoki, é integrar o sistema ao alarme. “As imagens começam a ser gravadas externamente quando o alarme tocar ou, à noite, quando o sensor de presença indicar movimento no local”, explica.


  


Dicas de segurança


- Manter uma quantidade mínima de dinheiro nos caixas, que será usada, somente, para troco.


- Utilizar cofre boca-de-lobo para guardar o dinheiro arrecadado;


- Instalar circuito fechado de TV para monitoramento de pista;


- Realizar controle rigoroso da porta de acesso ao escritório;


- Contratar seguranças próprios ou de empresas privadas (nesse caso, tem de haver autorização da Polícia Federal);


- Utilizar carro-forte de empresa especializada para o recolhimento do dinheiro arrecadado no dia;


- Utilizar o alarme botão-de-pânico-silencioso. Trata-se de um controle remoto que fica dentro do bolso do frentista, que, ao perceber que será assaltado, aciona o dispositivo. O sinal chega imediatamente ao escritório, de onde a polícia pode ser acionada;


- Treinar toda a equipe para que saiba reconhecer algum sinal suspeito na pista, que pode ser uma pessoa sem carro, apenas olhando o posto, ou também carros ou motos que não param próximos das bombas de combustíveis.


Fonte: Polícia Militar


 


O custo da segurança

























Equipamento/serviço


Condições


Valor médio


Circuito Fechado de TV (CFTV)


Média de seis câmeras (quatro na pista e duas nos caixas)


R$ 5 mil e R$ 8 mil


Sistema de alarmes


 


R$ 700 e R$ 1 mil


Guarda patrimonial


Turnos de 12 horas durante 30 dias


R$ 7 mil e R$ 8 mil mensais


Monitoramento externo


Gravação de imagens acionadas pelo alarme e envio de um segurança de moto para verificar o local.


R$ 150 mensais