por Márcia Alves


 


O Paraná deverá contar com três centrais de recolhimento de embalagens de óleo lubrificante, que irão atender, em caráter experimental, Curitiba e Região Metropolitana, Cascavel e Londrina. De acordo com a agencia de notícias do estado, o compromisso de instalar as centrais foi assumido em julho pelo sindicato nacional das distribuidoras de combustíveis (Sindicom), junto à Secretaria do Meio Ambiente do estado e também por representantes de fabricantes e distribuidores de óleos lubrificantes.


 


A iniciativa atende parte de uma solicitação da Secretaria do Meio Ambiente, que estabeleceu um prazo para que o setor apresentasse um plano de gerenciamento dos resíduos gerados em postos de combustíveis, oficinas mecânicas, lojas de autopeças e supermercados. Para o secretário, Rasca Rodrigues, o setor de combustíveis deve investir também na conscientização dos consumidores e revendedores. “Muitos revendedores descartam no meio ambiente frascos plásticos de Polietileno de Alta Densidade (Pead) contaminados com óleos”. Para ele, “a disposição irregular de resíduos oleosos é uma das práticas mais nocivas aos recursos naturais”.


 


Além da implantação das três unidades piloto, os representantes do setor informaram a criação de uma Câmara Técnica Ambiental, para desenvolver os projetos de recolhimento e destinação final das embalagens de óleo lubrificante. “A Câmara irá coordenar os esforços dos agentes envolvidos para definir as estratégias e um plano de ação para a gestão ambiental do setor no estado”, explicou Antônio Carlos Nóbrega, gerente de meio ambiente do Sindicom. Ele adiantou que o ponto de partida da Câmara será o recolhimento das embalagens vazias de óleo lubrificante. “Mas gradativamente, também poderá ser ampliado para outros resíduos que não a embalagem, como estopas e filtro de ar, e evoluir para outros temas como recuperação de áreas contaminadas”, acrescentou.


 


Parceria


No Rio Grande do Sul, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fepam) lançou em maio o Projeto Reciclar, para a correta destinação das embalagens de lubrificantes, em parceria com a rede de autopeças Âncora, a Petrobras, a MB Engenharia e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O projeto-piloto será desenvolvido pela Rede Âncora, de onde serão recolhidas e recicladas as embalagens e os resíduos de óleo que nela permanecem. O estado gera 170 toneladas/mês desse tipo de embalagens. “Com o Reciclar, conseguiremos elevar o percentual de retirada do meio ambiente em pelo menos 50% desse volume”, prevê o gerente regional da rede, Mario Gosch.



Ele considera que um dos maiores desafios da ação será sensibilizar o consumidor final. “Temos de orientar e sensibilizar o consumidor que adquire o produto, mas não faz a troca do óleo no estabelecimento”, afirma Gosch. Um tonel identificado com o selo da promoção para recolhimento do material será colocado na parte da frente das 65 lojas que a rede possui no estado.


 


Box – Impacto ambiental


O óleo lubrificante que fica como resíduo nas embalagens representa uma porcentagem ínfima do lixo, entretanto, o impacto ambiental que gera é muito grande, principalmente para reservas hídricas. Um litro de óleo automotivo polui um milhão de litros de água, formando, em poucos dias, uma fina camada sobre a superfície de mil metros quadrados e bloqueando a passagem de luz e ar. O efeito é o esgotamento do oxigênio na água devido à respiração de microrganismos, de animais e plantas. De acordo com estudos feitos por diferentes setores ligados à distribuição, os frascos de óleo lubrificante, quando descartados, ainda mantêm uma quantidade média de 3% do seu conteúdo na embalagem.