por Cristiane Collich Sampaio


  


Impasses na construção de termelétricas e incertezas quanto ao fornecimento e ao custo de gás natural poderão ocasionar um novo apagão elétrico dentro de alguns anos, apesar de o Governo descartar tal risco.


Em 2001, durante o apagão, muitos revendedores tiveram de adquirir geradores a diesel para não ter de suspender o abastecimento de veículos diante do racionamento. Essa foi uma despesa necessária na época, mas essa forma de geração de energia só é viável em situações de emergência, por causa do custo, do ruído e da poluição que produz. Mas há opções energéticas mais limpas que no longo prazo podem se tornar eficazes, não apenas para suprir uma eventual falta de energia, mas para reduzir a conta mensal de luz do posto e o impacto sobre o meio ambiente.


Há vários anos a Petrobras Distribuidora vem pesquisando sistemas complementares de geração de energia em postos, como a energia solar e a eólica. Hoje existem oito postos da rede operando parcialmente com energia solar, entre os quais o Posto-Escola Cefet, no Rio de Janeiro (RJ). Instalado em 2001, o Cefet tem uma de suas bombas, com quatro bicos, alimentada por energia solar, o que, conforme assegura o gerente de Tecnologia e GNV da Rede de Postos BR, Paulo da Luz Costa, “permite economia de cerca de 10% na energia despendida para o abastecimento de veículos”.


Ele explica que os equipamentos originais são mantidos, sendo necessária sua adequação ao diferente sistema de alimentação: “é preciso acrescentar um atenuador de partida na bomba, um equipamento gerenciador eletrônico – denominado inversor –, de quatro a seis placas fotovoltaicas e o mesmo número de baterias de armazenagem de energia.”


 


Custos e alternativas limpas


Segundo Costa, a eficiência energética do sistema “é traduzida não só pela economia no custo da energia no posto, mas também por garantir abastecimento, no caso de falta de luz, por período entre duas e quatro horas”. O uso de energia solar é considerado “perfeitamente viável se voltado ao atendimento de quatro até oito bicos”, mas sua aplicação em todas as bombas é visto como um investimento que deve ser estudado caso a caso. Em relação aos custos de instalação, o gerente da BR diz que estes são amortizados num prazo que varia entre 36 a 48 meses. Já a manutenção do sistema, que é realizada anualmente, representa uma despesa mensal de R$ 75,00, que já inclui a substituição das baterias, a cada quatro anos.


Na avaliação de Paulo Costa, esta é uma das soluções a ser estudada, dado que existem outras opções viáveis. “A energia eólica, fornecida por aerogeradores e o uso de gerador de emergência, combinada com a tarifa-verde, se mostra tão eficiente quanto a solar, porém exigindo manutenção diária”, pondera. Além dessas, ele cita outras linhas de pesquisa, voltadas à redução do consumo e a fontes renováveis, que, como as anteriores, estão sendo testadas em projetos-piloto pela companhia. Geradores a gás, a biodiesel, aerogeradores, aquecimento e iluminação solar, ar condicionado por cogeração e redução da temperatura em ambientes fechados, por vaporização, se encontram entre elas.