por Cristiane Collich Sampaio


 


     Desenvolvido em 1885, pelo alemão Karl Benz, o primeiro veículo motorizado comercial era movido a gasolina e tinha apenas três rodas. Não muito depois disso, a empresa francesa Panhard et Levasseur deu início à fabricação e venda de seus próprios carros, seguida, em 1892, por Henry Ford, nos EUA. 


No Brasil só havia importados nessa época, pois a produção só começou em 1956, no governo de Juscelino Kubitschek, patrono da indústria automobilística nacional. Em 1949, a Fábrica Nacional de Motores investiu na fabricação de caminhões e só em 60 também passou a produzir carros, como o FNM JK 2000, que data da inauguração de Brasília. Depois vieram os da Volkswagem, DKW-Vemag, Willys-Overland e Simca, entre tantos outros, com base em projetos estrangeiros e utilizando peças e equipamentos importados. Mais tarde veio a Gurgel, uma empresa totalmente nacional.


Hoje a realidade é outra, pois o país não apenas tornou-se um grande produtor de várias marcas, como também exportador de veículos e, em breve também deverá disseminar a tecno­logia nacional – como no caso dos motores flex-fuel – no mercado mundial de automóveis.


collichc@postonet.com.br


 


Feira de antigos já é tradição


A ida matinal ao Parque da Luz, no 1º domingo do mês, já passou a ser um hábito para o paulistano aficcionado por carros antigos. É que, buscando divulgar o antigomo­bilismo, desde maio de 2000 a Federação Paulista de Automóveis Antigos, que tem hoje mais de 2700 colecionadores filiados, promove mensalmente um encontro, que já está em sua 187ª edição, o qual chega a reunir mais de 400 veículos.


Nessa exposição ao ar livre, que é gratuita, os visitantes podem conhecer relíquias, como o Furgão Ford 1929 (foto) e conversar com colecionadores. Entre eles, o atual presidente da federação, Vicente Fiori Neto, Humberto Abonante e Henrique Erwene, atual presidente do Karman Ghia Club (KGC) e um dos responsáveis pela concessão das certificações de autenticidade, já que isso cabe aos clubes. Hoje, só no estado, existem 37 clubes de carros antigos ligados à federação, fora os de outros estados e federação nacional.


Carlos Guimarães, que auxilia a entidade na organização dos eventos, informa que além desses encontros mensais, são promovidas exposições trimestrais, junto ao Museu do Ipiranga, e ainda um nacional e a festa de confraternização, no Vale do Anhangabaú, em dezembro. (CCS)


 


Fusca: um sonho,  uma paixão


Em meados de 1967, para substituir o carro inglês Hilma que possuía, Nelson Gutierrez Duran, hoje revendedor em São Bernardo do Campo (SP) e integrante das diretorias do Sincopetro e da Brascombustíveis, passou a procurar um fusca. Nesse ano a Volkswagen havia lançado o modelo de 1300 cilindradas, mas ele queria o de 1200, de 65.


“Uma noite sonhei com um que tinha faróis de milha, painel em jacarandá e rodas cromadas”, conta. “No dia seguinte encontrei um carro, desse jeito, e fiquei com ele.”


Depois de rodar bastante, o fusquinha foi abandonado. Mas há cerca de dois anos, Duran decidiu restaurá-lo, bucando peças originais com a ajuda de Sandra, uma representante do Sincopetro, que atua nos arredores da capital. No dia 16 de abril de 2005 obteve do Fusca Clube do Brasil o Certificado de Originalidade, que o identifica como automóvel de coleção. A placa preta GDJ-1965 traz as iniciais e o ano de nascimento do filho Nelson Gutierrez Duran Jr. (CCS)


 


Museu pode fechar as portas


 


Inaugurado em 1999, o Museu do Automóvel de São Paulo possui hoje, em exposição permanente, cerca de 60 veículos, entre carruagens, motos, bicicletas e carros fabricados entre os anos 10 e 60, além de bombas de combustível. Entre eles se encontram algumas raridades, como o Le Zebre de 1909 (foto), o veículo mais antigo do acervo e único no Brasil; o Benz 1911 (foto) e uma diligência de 1890. Outras 40 peças se revezam mensalmente na exposição rotativa.


Parte dos veículos já foi utilizada em peças publicitárias, no cinema e na televisão, como no filme As Aventuras do Castelo Rá-Tim-Bum, na série Anarquistas, Graças a Deus e na novela Chocolate com Pimenta.


Apelo


A idéia de criar o museu partiu de Romeu Siciliano, hoje seu presidente, como uma forma de partilhar sua paixão por automóveis antigos, cultivada desde a infância. Em sua oficina ele abriga um “museu paralelo”, no qual outras preciosidades são mantidas ou recebem cuidados de restauradores.


Hoje está preocupado com o destino de sua criação. “Estamos para fechar as portas, pois não contamos nem com verba governamental nem com patrocínios e a receita da visitação e locação é insuficiente para cobrir os custos”, lamenta. Para evitar esse desfecho, lançou o projeto de apadrinhamento  Adote  um  Carro  Antigo  e convida para uma visita ao site


 www.museudoautomovelsp.com.br e ao museu. Os interessados podem obter mais informações pelos telefones (11) 6168-8084/1900 e 6169-7844/ ou pelo e-mail museudoautomovel@terra.com.br. Anote o endereço: Rua 1882, nº 1472, no Ipiranga. (CCS)